A PF também já fez menção a "intrigas" em nota pública para negar interferências políticas do presidente no órgão. O tom diverge do adotado quando, também em nota, contradisse a declaração do presidente de que a saída de Saadi era por "questão de produtividade". Na ocasião, disse que a troca já estava prevista e negou que estivesse relacionada ao trabalho do delegado à frente da superintendência. Segundo o jornal apurou, a nota irritou Bolsonaro.
O presidente também tem demonstrado incômodo com interpretações de que mudanças na PF têm como motivação possíveis investigações envolvendo sua família. Em declarações públicas sobre o assunto, ele já disse ser preciso "arejar" a PF.
Direção
A saída de Valeixo é dada como certa na PF. No entanto, ainda não há uma data nem um nome definido para a sua sucessão.
Além da cúpula atual, dois grupos tentam conquistar o posto. O primeiro é liderado pelo delegado Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e conta com Alessandro Moretti, seu secretário adjunto no DF, e o superintendente regional da PF no Distrito Federal, Márcio Nunes. Esse grupo tem o apoio do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e a simpatia do ex-deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR).
O outro grupo é encabeçado por Alexandre Ramagem, atual diretor da Associação Brasileira de Inteligência (Abin), que chefiou a equipe de segurança de Bolsonaro após a facada sofrida por ele durante a campanha eleitoral.
Ramagem também é próximo de Alexandre Saraiva, o nome defendido pelo presidente para assumir a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro no lugar de Saadi.