Um pedido para que o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) seja destituído do posto de presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) foi protocolado nesta segunda-feira (11) pela vice-presidente do PSOL em Minas, Sara Azevedo. Ela encaminhou o requerimento ao gabinete do primeiro vice-presidente da Mesa Diretora, vereador Juliano Lopes (Agir), e à Diretoria da Câmara.

A justificativa é de que o parlamentar teria desrespeitado o Código de Ética do Legislativo por meio do desacato tanto a outros vereadores quanto a autoridades que integram o Poder Executivo. Outro argumento é a incompatibilidade entre o exercício da função enquanto ele passar pelo processo de cassação por quebra de decoro.

De acordo com os trâmites regimentais, a solicitação agora precisa ser lida em plenário e avaliada pelos integrantes da Mesa Diretora – composta por Juliano Lopes, Wesley Moreira (PP), Marcela Trópia (Novo), Ciro Pereira (PTB) e Flávia Borja (PP) –, com exceção do próprio Gabriel, alvo da denúncia. Se aprovada, volta ao plenário e precisa de 21 vereadores favoráveis para ser acatada.

Sara afirmou que “não dá mais para tolerar que Gabriel siga usando a posição dele de presidente para destilar elitismo, machismo, transfobia e ainda interferir no curso da investigação e processo de sua própria cassação. Gabriel desrespeita repetidamente as vereadoras da Câmara, como, por exemplo, na ocasião em que impediu a minha companheira Iza Lourença de fazer discurso a que tinha direito antes da votação de projeto de lei”.

Iza Lourença (PSOL) é uma das integrantes da comissão que vai emitir, em até 90 dias, um parecer sobre a cassação de Gabriel. Ela foi sorteada, assim como as vereadoras Professora Marli (PP) e Janaína Cardoso (União Brasil), para avaliar as provas apresentadas no caso tanto pela acusação quanto pela defesa.

A partir dessa análise será elaborado um relatório, que submetido ao plenário, precisa de 28 votos para ser aprovado, concluindo o processo de cassação.

O vereador Gabriel Azevedo foi procurado, mas ainda não retornou ao contato da reportagem.