Entrevista no Roda Viva

Sergio Moro: ‘Não contrario publicamente o presidente Bolsonaro'

Segundo o ministro da Justiça, existe uma cadeia de comando e, por isso, se esquiva de questionar condutas do chefe do Executivo

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de janeiro de 2020 | 09:34
 
 
 
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A tônica da entrevista do ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao Roda Viva, foi dada por ele logo no primeiro bloco: “Não contrario publicamente o presidente. Existe uma cadeia de comando”.

Moro se esquivou de todos os questionamentos quanto a condutas do presidente e de outros integrantes do governo que representam ataques a princípios democráticos ou instituições ou que sejam contraditórios com a promessa de campanha de priorizar o combate à corrupção.

Disse que manifestou em privado ao presidente sua opinião sobre o vídeo de inspiração nazista do agora ex-secretário nacional de Cultura Roberto Alvim, que chamou de “bizarro” na entrevista, afirmou que não cabe a ele “comentar” todos os assuntos nacionais nem relacionados a outras pastas. “Não cabe ao ministro de Justiça e Segurança Pública ser um comentarista de tudo que acontece no Brasil”, disse.

Sobre Alvim, disse que sua opinião foi a de que o episódio era “bizarro” e a situação era “insustentável”. “O presidente tomou a decisão absolutamente correta e rápida. Ele fala pelo Executivo”, afirmou.

Também não comentou os ataques sistemáticos de Bolsonaro à imprensa, nem as acusações que pesam sobre o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, nem do titular da Secom, Fábio Wajngarten. Negou que haja uma situação de morde e assopra com Bolsonaro, afirmou que as discordâncias são normais. “Não vim aqui para falar sobre o presidente”, chegou a dizer.

Com essa postura ao longo de todo o programa, Moro também evitou prospectar qual será seu futuro. Se esquivou de questões quanto a uma eventual ida para o STF e quanto à possibilidade de ser candidato a presidente em 2022. Disse que o “candidato do governo federal” na próxima eleição é o próprio Bolsonaro.

Em relação aos reveses do primeiro ano à frente do ministério, minimizou as derrotas e realçou as vitórias, entre elas a redução nos indicadores de criminalidade. Chamou as acusações da Vaza Jato de “bobajarada” e repetiu a linha de defesa: de que a autenticidade dos diálogos não está confirmada, mas se o teor for o divulgado, não há nada de indevido na sua conduta.

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