O América estreia na Copa Libertadores na próxima quarta-feira (23), contra a equipe do Guaraní-PAR, às 19h15, no estádio Independência, em jogo válido pela segunda fase da competição. Torcedores americanos de várias gerações estão ansiosos para acompanhar o Coelho na primeira competição internacional do clube.

Em 109 anos de história, o americano vê o clube em seu melhor momento e a expectativa é a de que  os torcedores compareçam em bom número para apoiar o time. Daniela Pessoa Inácio de Lima, de 40 anos, estará nas arquibancadas empurrando o time, e “conta as horas” para o confronto. “A ansiedade é imensa. Desde a classificação não se fala em outra coisa aqui em casa. Quarta-feira estaremos lá na torcida por um bom resultado”, afirmou Daniela, que costuma ir aos jogos com o filho Theo e o pai Eduardo, que a inspirou a torcer pelo Coelho.

Daniela ainda destacou que a classificação do América para a Libertadores foi a coroação de um trabalho bem feito. “A classificação do América foi a coroação do trabalho sério e comprometido dos últimos anos. Batemos na trave na Copa do Brasil, fizemos um excelente Mineiro, garantimos a permanência na Série A, e chegar a uma Libertadores foi um presente para a torcida americana. Estar lá naquele dia e presenciar esta conquista foi um momento mágico e emocionante”, concluiu.

Moacyr Pimenta Brant Filho, de 68 anos, também está muito empolgado com o América na competição mais importante do continente. Contudo, devido à pandemia, terá de acompanhar o Coelho pela TV.

“A próxima quarta-feira será marcante na história do América. Estaremos mudando de patamar no cenário nacional. A presença na Libertadores é o coroamento de um grande trabalho que o clube vem desenvolvendo. A diretoria do América tem sido muito competente, conseguindo com poucos recursos resultados excepcionais. A expectativa é positiva, pois o time vem amadurecendo e sabe da responsabilidade de fazer uma bela participação no principal torneio do continente”, destaca Moacyr.

Paixão que vem de berço

A história de amor entre Moacyr e o Coelho vem de berço, por influência do seu pai e do seu irmão, o compositor Fernando Brant, falecido em 12 de junho de 2015, aos 68 anos. 

“O meu pai era americano, mas a maior influência que eu tive para virar um verdadeiro torcedor do América veio do meu irmão Fernando. Quando mudamos para BH, vindos de Diamantina, minha terra natal, o América tinha um grande time, tendo sido campeão mineiro profissional e de aspirantes em 1957. O Fernando frequentava muito o estádio da Alameda (do América) e o Independência (que era o maior estádio e pertencia ao Sete de Setembro Futebol Clube). Dormíamos no mesmo quarto, e ele sempre falando maravilhas do América”, explicou o torcedor.

“Assim, cresceu em mim a paixão pelo Coelho, e aos poucos também comecei a frequentar os estádios. Esta paixão se consolidou e nunca mais deixei de acompanhar os jogos do meu time no estádio, pelos jornais ou pelo rádio. Anos depois a televisão também passou a ser um importante meio de comunicação para acompanhar o meu time”, acrescenta Moacyr.

Confiança nos reforços

Em relação ao time do ano passado, o América perdeu algumas peças importantes como o goleiro Matheus Cavichioli, que passou por uma cirurgia cardíaca, e os atacantes Ademir, contratado pelo Atlético, e Mauro Zárate, que nesta temporada vestirá a camisa do Juventude. O setor defensivo também sofreu perdas. Os zagueiros  Eduardo Bauerman, Anderson e Ricardo Silva, jogadores importantes na campanha da temporada passada, não permaneceram no clube.

Mas, para o músico Roberto Lúcio Rocha Brant Filho, de 54 anos, o Robertinho Brant, outros atletas podem assumir a responsabilitadade. “Vários jogadores tem tudo pra se destacar. Vou citar alguns: Joilson, Germán Conti, Lucas Kal, Alê, Wellington Paulista e Índio Ramirez”, afirmou Robertinho, que frequenta os estádios ao lado do filho Davi, de 11 anos. 

Nova realidade

Apesar da pouca idade, Maria Eduarda Resende de Oliveira, de 17 anos, faz um breve histórico da trajetória do clube e vibra com o que ela considera o ponto mais alto do Coelho nos últimos anos. Quando o América garantiu vaga no torneio internacional, ela estava no Independência na vitória sobre o São Paulo por 2 a 0 e relembra a sensação.

“Foi emocionante, todo mundo estava tenso, eu não conseguia nem cantar direito. Depois do segundo gol do Ademir, só lembro de ver vários americanos chorando e comemorando. Fiquei extasiada e só quando estava voltando para a casa que a realidade caiu e comecei a chorar no carro. Pensando que há 12 anos atrás estávamos na Série C. Agora, estamos na Série A e na Libertadores. É muito emocionante”, festeja.

O jogo de volta entre as duas equipes está marcado para o dia 2 de março, em Assunção, no Paraguai.