O ex-presidente do América, Paulo Lasmar, disse que o ídolo do Cruzeiro Ronaldo salvou o clube celeste ao adquirir a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) no fim de 2021. A fala foi feita durante o Fórum SAF, realizado em Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (3).

Paulo é idealizador do evento e também especialista na Lei da SAF no Brasil. Segundo ele, o momento dos chamados “clube empresa” no Brasil mudou e que, agora, a lei vai passar por mudanças.” Estamos vivendo um segundo momento, que é aperfeiçoar a lei. Os negócios de SAF malfeitos estão sendo refeitos. Tem o caso do Vasco, do Cruzeiro, que não foi mal feito, mas o Ronaldo salvou o Cruzeiro e ele merece todas as honras possíveis. A torcida não compreendeu o que ele fez. Esse é outro problema do futebol atual. A torcida está com a cultura do título a qualquer preço e isso não pode existir mais. Temos que valorizar o dirigente responsável”, disse.

Paulo prega que os clubes atualmente precisam ser responsáveis em seus gastos e, para ele, os torcedores devem ter paciência enquanto os times passam pelo processo de transição. “Precisamos valorizar o dirigente responsável, porque quando ele é responsável em sua gestão, o título virá. Assim, temos times fortes. A torcida não pode ameaçar os dirigentes de agressão, indo para porta da casa do cidadão, ameaçando famílias. Se continuarem assim, esses profissionais de mercado vão para outra área. E quem tem o dinheiro, tem outras opções. Porque ele irá colocar o dinheiro em um lugar em que ele corre riscos?”, contou.

O advogado também falou sobre a criação da Lei da SAF no Brasil. Para ele, o movimento foi paliativo e necessário para manter o futebol brasileiro em funcionamento”Chegamos em 2018, 2019, com a falência dos clubes brasileiros. A lei da SAF teve que ser tocada com urgência para salvar os clubes, eles não tinham condição de sobreviver um, dois meses. O Cruzeiro estava liquidado, o Botafogo estava liquidado. Foi uma lei feita e aproveitada politicamente para salvar os clubes, e toda lei aprovada assim é imperfeita, mas para aquele momento de urgência ela serviu. Investidores colocaram dinheiro nos clubes e eles respiraram”, finalizou,