No mundo do futebol, o nome Wellington Paulista é logo reconhecido ao ser pronunciado. Mas no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, o ex-atacante é conhecido por um nome bem mais simples e direto: Tom. O apelido é fruto de tempos em que ser jogador profissional era apenas um sonho, que foi conquistado com muito esforço e em meio a desestímulos. 

O apelido foi revelado pelo ídolo cruzeirense durante entrevista na última semana, quando relembrou sua infância na cidade paulista. “O pessoal do bairro nem me chama de Wellington. Muito menos de Wellington Paulista. Na Mooca eu sou o Tom. O Tom que treinava driblando a pastora alemã da família. O Tom que só ganhava bola de presente de aniversário e dormia com todas elas na cama”, contou em entrevista ao The Player's Tribune.

O ex-atacante também contou que pensou em desistir de ser jogador profissional após um início de carreira difícil, com mais de quinze reprovações em peneiras. “Chegou uma hora que deu pra mim, tá ligado? Fui trabalhar numa empresa de cobrança no centro de São Paulo. Trampava de manhã e de tarde, e de noite ia pra escola”, disse. Ele também revelou que chegou a ouvir de um dirigente que não iria virar jogador.  

O sonho de Tom não foi interrompido graças ao incentivo do pai. “Ele me disse pra mim ‘você veio pro mundo pra ser jogador de futebol, Tom. Então é jogador que você vai ser’. Fiz o que o meu pai mandou. Pedi demissão por telefone e comecei a procurar peneira outra vez. Achei uma no Benfica da Vila Maria, e dessa vez, a décima-sexta!, passei”, afirma. 

Do Benfica, o jogador foi transferido para o Juventus-SP, onde iniciou a carreira como profissional. Durante a carreira, Paulista acumulou passagens por times como West Ham, Botafogo, Santos, Palmeiras, Chapecoense e América. 

No Cruzeiro, time que considera seu lar, o ex-atacante atuou entre 2009 e 2012, em duas passagens. Ele estava na equipe que goleou o Atlético por 6 a 1 na última rodada do Campeonato Brasileiro, livrando o time do rebaixamento.