"Paris é logo ali". Para os amantes do esporte olímpico, essa expressão fica cada dia mais realista. Esta terça-feira (26) marca exatamente 2 anos para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, com os Jogos de Tóquio realizados há menos de um ano devido a pandemia.
No país asiático, a delegação brasileira alcançou seu melhor resultado na história, com 21 medalhas. Alguns esportes estreantes, como o skate e o surfe, trouxeram marcas expressivas. Rayssa Leal, por exemplo, se tornou a brasileira mais nova a subir ao pódio em Olimpíadas, aos 13 anos. Ela conquistou a prata. No vôlei feminino, a marca foi da brasileira mais velha a fazer o mesmo. Carol Gattaz, na época com 40, foi vice-campeã com a seleção.
O evento também teve medalhas 'inesperadas' e marcantes, como o bronze no tênis feminino de duplas, com Laura Pigossi e Luisa Stefani, e até momentos dignos de filme. O pugilista Hebert Conceição nocauteou o campeão mundial Oleksandr Khyzhniak nos últimos momentos da luta para ficar com o ouro.
Para quem já está com saudades dos Jogos Olímpicos, relembre todas as 21 medalhas do Brasil em Tóquio 2020.
1 - Kelvin Hoefler - Prata no Skate street
O primeiro medalhista em Tóquio veio de um esporte estreante no programa olímpico. Kelvin Hoefler conquistou a prata no skate street no dia 25 de julho, se tornando o primeiro medalhista brasileiro da modalidade na Ariake Sports Park Skateboarding. O japonês Yuto Horigame foi ouro.
2 - Daniel Cargnin - bronze no Judô, peso meio-leve
O judoca Daniel Cargnin trouxe ao brasil sua 22ª medalha olímpica da modalidade. Aos 23 anos, o atleta fez sua primeira participação em Jogos Olímpicos em grande estilo, vencendo o israelense Baruch Shmailov por waza-ari. O ciclo vencedor de Cargnin foi marcado pela transição da seleção de base para a principal, já ficando na história das Olimpíadas.
3 - Rayssa Leal - prata no skate street
No dia 26 de julho de 2021, todo o Brasil parou para comemorar com a menina de 13 anos que fez história no esporte. Rayssa Leal, do skate, conquistou a medalha de prata e, ao mesmo tempo, se tornou a mulher mais jovem do país a subir no pódio de uma Olimpíada.
Em cenas que ficaram marcadas nos amantes do esporte, Rayssa se divertiu muito, dançando nas pistas e até mesmo no pódio. Desde então, a skatista continuou fazendo história, sendo mais uma promessa de medalha para Paris.
4 - Ítalo Ferreira - ouro no surfe
A primeira medalha de ouro do Brasil em Tóquio veio em uma modalidade estreante no programa olímpico. Ítalo Ferreira emocionou os brasileiros ao vencer o 'dono da casa' Kanoa Igarashi em uma final de alto nível e se tornar o primeiro campeão olímpico da história do surfe.
De Baía Formosa, surfando em uma tampa de caixa de isopor, para o mundo.
5 - Fernando Scheffer - bronze nos 200m livre - natação
A primeira medalha brasileira na natação em Tóquio veio com Fernando Scheffer. O bronze nos 200m livre foi o 14ª pódio da natação brasileira em Jogos Olímpicos. A conquista teve gosto ainda mais especial pelo fato de que Scheffer passou mais de dois meses sem entrar na piscina devido à pandemia. Depois, passou a improvisar treinos na piscina do seu condomínio e chegou até a treinar em um açude, em um sítio alugado com outros nadadores.
6 - Rebeca Andrade - prata no individual geral - Ginástica artística
Um ciclo de superação. Rebeca Andrade, que passou por lesões graves - e três cirurgias - no joelho que quase encerraram sua carreira precocemente, fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica feminina na ginástica artística. E justamente na prova mais completa: o individual geral.
Embalada pelo 'Baila de Favela' no solo, a ginasta de 22 anos estava só começando a marcar a história olímpica brasileira.
7 - Mayra Aguiar - bronze no judô, categoria meio-pesado
Três medalhas em três Jogos Olímpicos. Esse foi o feito de Mayra Aguiar no judô em Tóquio. Em um ciclo marcado por pandemia e lesões sérias, a gaúcha se recuperou para voltar a um pódio olímpico com o bronze.
Com o feito, a judoca se igualou à levantadora Fofão, do vôlei, como a única mulher brasileira a ter três medalhas olímpicas - todas as três de bronze.
8 - Laura Pigossi e Luisa Stefani - bronze no tênis de duplas
'Inesperada' pode ser uma palavra que define a medalha de bronze de Luisa Stefani e Laura Pigossi no tênis. Não inesperada pela falta de qualidade da dupla, mas sim, pelas circunstâncias. As duas conseguiram a classificação para os Jogos Olímpicos de última hora, praticamente na semana do início do evento.
Elas foram as últimas atletas inscritas na chave, com a confirmação da vaga chegando somente no dia 16 de julho. No dia 31, subiram ao pódio para dar ao tênis brasileiro sua primeira medalha olímpica.
9 - Rebeca Andrade - ouro no salto - Ginástica artística
De novo ela. Rebeca Andrade. Depois da prata no individual geral, a ginasta novamente fez história, conquistando o primeiro ouro brasileiro na ginástica feminina. Além disso, se tornou a primeira mulher do Brasil a conquistar duas medalhas na mesma edição de Jogos Olímpicos.
10 - Bruno Fratus - bronze nos 50m livre - Natação
21s57 foi o tempo que Bruno Fratus precisou para atravessar a piscina olímpica, o terceiro tempo mais rápido em Tóquio. Após os Jogos do Rio, em que Fratus ficou de fora do pódio, o nadador chegou até mesmo a pensar em aposentadoria devido a depressão.
Sem desistir, o medalhista olímpico fez história ao ser o primeiro homem treinado por uma mulher a subir no pódio da natação brasileira. E a história ainda é melhor considerando que a treinadora é sua esposa Michelle, ex-nadadora olímpica. O casal protagonizou uma das cenas mais marcantes de Tóquio, com o beijo digno de cena de filme. O beijo que entrou para a história olímpica segundo o próprio Comitê Olímpico Internacional.
11 - Martine Grael e Kahena Kunze - ouro na vela 49erFX
Bicampeãs olímpicas. No dia 3 de agosto, Grael e Kunze ficaram com o ouro na vela 49erFX, repetindo a campanha nos Jogos Olímpicos do Rio. Com o resultado, a vela brasileira chegou a oito medalhas de ouro, três de prata e oito de bronze, se tornando um dos esportes mais premiados da história olímpica do Brasil.
A dupla também se juntou ao seleto grupo de 15 brasileiros bicampeões olímpicos, com nomes que vão de Robert Scheidt, também velejador, a Sheilla e Fabi, do vôlei feminino.
12 - Alison dos Santos "Piu" - bronze nos 400m com barreiras - Atletismo
A final olímpica dos 400m com barreira foi a mais rápida da história, e um brasileiro também entrou para a lista dos melhores do mundo. Aos 21 anos, Piu marcou seu nome no atletismo brasileiro com a medalha de bronze, se tornando um dos principais nomes do esporte para o próximo ciclo.
Já em 2022, Piu se tornou campeão mundial, mostrando que passou de ser promessa e virou realidade.
13 - Thiago Braz - bronze no salto com vara
Campeão olímpico no Rio de Janeiro, Thiago Braz voltou ao pódio em Tóquio com o bronze no salto com vara. Saltando 5,92m, ele não conseguiu igualar o próprio recorde de 6,02m, que permanece até hoje como o recorde olímpico, mas entrou com folga no pódio histórico.
14 - Abner Teixeira - bronze no boxe
Abner teve uma luta complicada na semifinal, mas subiu ao pódio na modalidade brasileira que mais deu medalhistas olímpicos na história: o boxe. Ele enfrentou o cubano campeão olímpico no Rio em 2016, que também é tetracampeão mundial.
A campanha trouxe a primeira medalha olímpica nos pesos pesados do Brasil.
15 - Ana Marcela Cunha - ouro na Maratona aquática 10km
Faltava essa medalha. Ana Marcela Cunha, tetracampeã mundial e seis vezes melhor do mundo na natação de águas abertas, conquistou sua primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Sem chances para as adversárias, Ana Marcela nadou os 10km em 1h59m30s9.
A medalha veio com um sabor especial, já que no Rio em 2016 entrou como uma das favoritas e, por problemas de alimentação durante a prova, ficou de fora do pódio.
16 - Pedro Barros - prata no skate park
Em 5 de agosto, o skate trouxe a terceira medalha de prata para o Brasil, com Pedro Barros, no skate park. O campeão mundial em 2018 subiu no pódio e foi o único brasileiro da modalidade park a voltar de Tóquio com uma medalha.
17 - Isaquias Queiroz - ouro na canoagem C1 1.000
Entrando de vez na lista dos maiores atletas olímpicos da história do Brasil, Isaquias Queiroz emocionou os torcedores ao ficar com o ouro na canoagem individual.
O baiano, aos 27 anos, conquistou sua quarta medalha olímpica e dedicou ao seu treinador Jesus Morlán, um dos grandes responsáveis por sua história premiada, falecido antes dos Jogos.
18 - Hebert Conceição - ouro no boxe
Foi cena de filme. Na final do boxe, Hebert estava sendo sufocado pelo adversário, o uraniano Oleksandr Khyzhniak, mas, nos últimos momentos da luta, achou um soco que o nocauteou e trouxe mais uma medalha de ouro para o Brasil.
Emocionado, o pugilista marcou a memória dos torcedores com outros momentos, como o famoso "Eu mereço pra C%*$#lho" após vencer a semifinal e conquistar vaga na disputa pelo título.
19 - Futebol masculino - Ouro
Repetindo o feito nos Jogos do Rio em 2016, a seleção masculina de futebol conquistou mais um ouro para a delegação brasileira. Com gol de Matheus Cunha no tempo regulamentar e Malcom na prorrogação, o Brasil superou a Espanha por 2 a 1 para subir no lugar mais alto do pódio. A 19ª medalha brasileira igualou a campanha do Rio, e ainda outras vieram.
20 - Beatriz Ferreira - prata no boxe
Indiscutível, Beatriz Ferreira, campeã mundial, era desde o início uma das favoritas a subir no pódio em Tóquio. Com um ciclo praticamente perfeito, a baiana foi superada pela irlandesa Kellie Harrington na final e deu ao Brasil a quinta medalha de prata na edição dos jogos.
A medalha de Bia marcou a melhor campanha do boxe brasileiro em Jogos Olímpicos, com um ouro, uma prata e um bronze.
21 - Vôlei feminino - prata
O vôlei é um dos esportes mais bem sucedidos na história olímpica brasileira, e em uma Olimpíada complicada, a seleção feminina se reergueu após eliminação precoce no Rio e subiu ao pódio em Tóquio. Perdendo para os Estados Unidos na final, as brasileiras, que começaram o ciclo desacreditaras, fizeram história com a medalha de prata.
Marcando a despedida da seleção de atletas lendárias, como Camila Brait, Fernanda Garay e Natália, a medalha de prata foi muito comemorada, encerrando mais um ciclo vitorioso para o vôlei brasileiro.