A Polícia Civil de Minas Gerais investiga uma empresa suspeita de aplicar golpes que acumularam um prejuízo estimado de R$ 80 milhões em produtores rurais do estado. Pelo menos 80 agricultores teriam sido vítimas nos últimos meses. Nesta terça-feira (19/8), durante a operação Sopro Silencioso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na empresa, com sede em Passos, no Sul de Minas, e na casa de seus sócios, onde foram apreendidos dinheiro, joias e outros bens dos investigados. Veja outros crimes contra produtores rurais.
Os suspeitos também tiveram parte de seus bens sequestrados a fim de assegurar futura reparação às vítimas e evitar o esvaziamento do patrimônio. As investigações tiveram início em junho de 2025. Uma fonte da Polícia Civil informou ao Super Notícia que os investigados se passavam por vendedores de insumos agrícolas e recebiam pagamentos para entregar os produtos até a próxima safra. No entanto, conforme a polícia, o dinheiro recebido era utilizado para investimentos próprios sem retorno aos agricultores.
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“Trata-se de uma estrutura fraudulenta sofisticada, que se valeu da relação de confiança entre fornecedores e produtores para obter vantagem indevida. A apuração aponta, além dos delitos patrimoniais, indícios de possíveis crimes financeiros e tributários decorrentes da ocultação de receitas e manipulação de fluxos de pagamento. Nosso objetivo também é proteger o interesse das vítimas, identificar todas as ramificações do esquema e impedir que práticas dessa natureza continuem a ocorrer no setor”, afirmou o delegado Felipe Capute, da Delegacia de Fraudes e Defraudações, responsável pela investigação, em nota divulgada pela Polícia Civil.
Material apreendido
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, foram apreendidos cinco veículos, uma grande quantidade de dinheiro em espécie, joias, vinhos, bebidas de alto padrão e outros itens de luxo. Também foi autorizado judicialmente o bloqueio de veículos registrados em nome dos investigados e das pessoas jurídicas diretamente envolvidas nos fatos.
Nome da operação
Sopro Silencioso faz alusão à maneira discreta, porém sistemática, com que os prejuízos foram causados ao longo do tempo, sob aparente normalidade comercial.
Os empresários podem responder pelos crimes de estelionato, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de capitais, sem prejuízo da responsabilização por eventuais infrações à legislação tributária e financeira.
Nesta quarta-feira (20/8), a Polícia Civil irá conceder uma entrevista coletiva, na sede da delegacia, em Passos, para dar mais detalhes da investigação.