Na noite de segunda-feira (1º/9), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu em flagrante um homem de 23 anos, suspeito de envolvimento em crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e receptação qualificada. A ação resultou no desmantelamento de um dos maiores desmanches ilícitos de veículos da região do Barreiro, em Belo Horizonte.

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Durante a operação, foram apreendidos sete automóveis, quatro motores e uma grande quantidade de peças automotivas de origem criminosa de pelo menos outros dez carros. De acordo com as investigações, o suspeito adquiria veículos furtados ou roubados por cerca de 10% do valor de mercado, com o objetivo de cloná-los para revenda ou desmontá-los, abastecendo o comércio ilegal de peças.

Segundo o delegado Carlos Eduardo Vaz de Oliveira, titular da 3ª Delegacia do Barreiro, o tamanho da estrutura surpreende. “Podemos dizer que era um dos maiores desmanches já identificados no Barreiro. Dois imóveis eram utilizados para armazenar e desmontar veículos. Havia carros inteiros guardados, além de peças espalhadas por todos os cômodos”, disse Oliveira.

O delegado explicou que o esquema contava com duas frentes de atuação. “O proprietário comprava veículos furtados ou roubados e os desmontava para revender peças. Em outros casos, adulterava completamente os sinais identificadores dos automóveis para revendê-los a terceiros. Há ainda fortes indícios de envolvimento em fraudes contra seguradoras, em que proprietários simulavam roubos para receber o prêmio do seguro e, em seguida, negociavam o carro com o desmanche”, detalhou.

O perfil do suspeito também chamou a atenção da polícia. “O autor trabalhou como mecânico durante toda a vida, tinha conhecimento profundo sobre veículos e, para os vizinhos, mantinha a aparência de que ainda atuava nessa área, o que dificultava a percepção das atividades ilícitas”, explicou o delegado.

Além dos sete veículos apreendidos, a polícia acredita que pelo menos outros dez já haviam sido desmontados no local. “Encontramos indícios de diversos modelos, desde carros populares até veículos de maior valor de mercado”, completou. 

As investigações continuam para identificar possíveis coautores e receptadores das peças. “Há suspeita de participação de pelo menos mais quatro pessoas. Também vamos apurar quais estabelecimentos comerciais recebiam essas peças e investigar proprietários que aplicaram golpes em seguradoras”, destacou o delegado.

Oliveira fez ainda um alerta para consumidores e oficinas. “É fundamental verificar a procedência de peças automotivas. Quem compra sem checar pode responder por receptação. Esse tipo de crime tem como estratégia dificultar a localização dos veículos: muitas vezes, eles ficam parados em locais diferentes antes de serem levados ao desmanche, justamente para despistar qualquer rastreamento”, explicou.