O governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e Instituto Periférico, lançou na noite deste sábado (14), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o projeto "Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro".

O projeto, que deve ser iniciado em fevereiro de 2025, prevê um conjunto de ações, entre elas dez fóruns, direcionadas aos produtores, comerciantes e instituições ligados diretamente à produção do Queijo Minas Artesanal em 106 municípios das dez regiões queijeiras do Estado (Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca).  O lançamento aconteceu no Tatersal do Sindicato Rural, com show da dupla Benatti e Rafael e show de drones.

A iniciativa visa valorizar e preservar os saberes que fizeram do Queijo Minas Artesanal (foto abaixo, crédito: Amiqueijo / Divulgação) um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo, esteve em Uberlândia para prestigiar o lançamento e o show de drones e destacou: “o queijo mineiro é mais do que um símbolo de nossa identidade, ele é agora um patrimônio global. Esse projeto reafirma nossa cultura e fortalece o turismo e a sustentabilidade econômica de Minas Gerais."

Agregar valor ao produto

Para Walkíria Naves, vice-presidente da Associação do Queijo Minas Artesanal do Triângulo Mineiro (Aqmatri), os fóruns serão importantes para os produtores entenderem o que é esse título da Unesco. “Não basta apenas o título, mas é preciso entendimento disso por parte de produtores e consumidores. Como essa valorização pode ajudar a dar melhores condições a esses produtores, a agregar mais valor ao produto. Os fóruns ainda podem ajudar no resgate cultural do Queijo Minas Artesanal. O Triângulo Mineiro ficou longe disso por muito tempo”, salienta.

A proposta, segundo o governo de Minas, é mobilizar produtores, comerciantes e instituições para promover a troca de experiências, identificar desafios a partir de agora e fortalecer os laços entre os agentes da cadeia produtiva. Com foco em educação patrimonial e sustentabilidade, os encontros também ampliarão o impacto social, econômico e cultural do reconhecimento internacional. 

A ação dá continuidade a uma política pública iniciada há mais de 20 anos, que inclui o registro do queijo do Serro como patrimônio estadual em 2002, reconhecimento nacional em 2008 e a caracterização das dez regiões produtoras. O projeto reafirma ainda o compromisso com a valorização cultural, turística e econômica das regiões mineiras.

Participação do Ministério Público

Além da Secult e do Iepha-MG, o projeto conta com apoio do Ministério Público de Minas Gerias (MPMG), por meio da Plataforma Semente, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), e da Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), entre outros parceiros. A Plataforma Semente, uma iniciativa socioambiental do MPMG, viabiliza os recursos para a realização das ações.

"O projeto conecta tradição e autonomia, valorizando os produtores e suas comunidades”, afirma Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do MPMG. Para Gabriela Santoro, diretora do Instituto Periférico, responsável pela execução das ações, esse é um investimento no futuro, promovendo desenvolvimento regional e a cultura local. 

Além dos fóruns, um plano de comunicação robusto será implementado, com materiais promocionais, catálogos trilíngues e um livreto educativo. As redes sociais e a mídia tradicional ampliarão o alcance da iniciativa.

O projeto "Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro" está estruturado em quatro eixos principais:

  • Transmissão e Valorização da Tradição: incentivar a continuidade dos saberes do Queijo Minas Artesanal;
  • Gestão Participativa e Sustentabilidade: promover uma gestão compartilhada entre governos, produtores e parceiros;
  • Apoio e Fomento: expandir mercados e oportunidades econômicas para as comunidades produtoras;
  • Promoção e Difusão: elevar a visibilidade do Queijo Minas Artesanal em âmbito nacional e internacional.

Com ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o projeto reforça a preservação cultural, o crescimento econômico inclusivo e práticas sustentáveis, consolidando Minas Gerais como um exemplo global em gestão de patrimônio cultural.