O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte está fechando o ano com um recorde de 11,3 milhões de passageiros embarcados de janeiro a novembro (variação +19% em relação a 2023) e 12 mil toneladas de cargas (crescimento de +26%). Para o segundo de semestre de 2025, a principal novidade será a inauguração de um hotel dentro do terminal de passageiros com cerca de 60 acomodações. Os executivos da BH Airport, concessionária que administra o terminal em Confins, apresentaram os números mais atualizados do terminal aos jornalistas na última semana, durante o tradicional almoço de fim de ano.
“Este foi um ano marcado por uma retomada extraordinária da demanda e conseguimos atingir resultados significativos em um desenvolvimento do turismo local e trazer uma quantidade importante de novos destinos, novas rotas, fomentando não só o turismo da região, mas gerando mais emprego e renda em todos os segmentos”, destacou Daniel Miranda, CEO da BH Airport. O aeroporto termina 2024 como sexto no ranking da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em número de passageiros, com a melhor taxa de variação de crescimento, quatro vezes maior do que a média nacional.
- “A nossa posição geográfica é privilegiada e muito estratégica, hoje conseguimos atender quase 70% do PIB em uma hora e meia de voo” (Daniel Miranda, CEO da BH Airport).
Operações
O aeroporto mineiro atende atualmente 70 destinos no país, operando para várias cidades brasileiras e para destinos internacionais, como Cidade do Panamá (Panamá), Lisboa (Portugal), Curaçao (Caribe), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile), Orlando e Fort Lauderdale (EUA). É também o segundo aeroporto em voos domésticos no país, atrás apenas do terminal de Viracopos, em Campinas, principal hub da Azul, e o terceiro em destinos totais, perdendo apenas para o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, devido principalmente à malha internacional.
“Atendemos 14 cidades em Minas Gerais. Curiosamente, somos o aeroporto que atende mais cidades no interior da Bahia, até mais do que o de Salvador”, revelou Miranda. Entre as novas operações lançadas este ano estão Jacarepaguá (Rio de Janeiro), São José do Rio Preto e Ribeirão Preto (SP), Rio Branco (AC), Divinópolis (MG) e Sorriso (MT), esse último considerado um polo agropecuário. “Atendemos quase todas as capitais brasileiras, estão faltando apenas Boa Vista, em Roraima, e Macapá, em Amapá. Em breve, a gente fecha esse mapa. Rio Branco, por exemplo, tem voo direto apenas de Belo Horizonte e Brasília”, acrescentou.
No internacional, o crescimento das operações é mais visível. A Copa Airlines começou o ano com três frequências semanais para a Cidade do Panamá e já chegou a 10. Houve ainda um incremento de mais uma frequência para Lisboa pela TAP – agora a companhia tem operações diárias para Portugal, principal porta de entrada para a Europa. Já a Azul anunciou para dezembro mais dois voos para a Curaçao, no Caribe, terminando o ano com quatro frequências semanais, além dos voos lançados em junho para Orlando e Fort Lauderdale (EUA) e a mais recente conexão de Curaçao com Fort Lauderdale.
- “Mais de 7.000 empregos diretos gerados, a gente costuma comentar que a comunidade do aeroporto é similar ao tamanho da cidade de Confins”. (Rodrigo Côrtes, COO da BH Airport)
Na América do Sul, esse crescimento das operações foi ainda mais expressivo. No último trimestre do ano passado, a Latam lançou a rota Belo Horizonte-Santiago e, em maio deste ano, aumentou duas frequências, chegando a cinco semanais. O sucesso do voo para a capital chilena foi tão grande que em junho a Latam o transformou em diário, acirrando a concorrência – a low coast Sky entrou na disputa com três frequências semanais. Em julho, a Gol ainda retomou os voos para Buenos Aires, capital da Argentina. As companhias Azul e Gol inclusive fretaram voos para os jogos do Atlético e Cruzeiros nas competições esportivas.
Investimentos
A BH Airport também destacou os investimentos no terminal em Confins. “Em 2012, quando recebemos esse aeroporto, eram 15 operações comerciais e crescemos para mais de 100 ao longo de dez anos, pensando na comodidade e na experiência do passageiro”, enfatizou Daniel Miranda. Hoje, são 26 pontos de embarque com equipamento que fornece energia elétrica 100% renovável, além de 44 posições de aeronaves e capacidade de processar 32 milhões de passageiros. “Temos capacidade instalada para processar três vezes a movimentação atual”, salientou. O aeroporto tem ainda quarta maior pista do país, com 3.600 metros.
Em termos de investimentos, cerca de R$ 1 bilhão foram gastos com a melhoria do Terminal 2, intervenções na pista e incrementos de área. “Nosso terminal tinha muitos obstáculos, fluxo cruzado, era muito complicado circular, não tinha conforto térmico nem mix comercial”, explica o CEO. Para a Copa de 2014, outros R$ 360 milhões foram investidos no Terminal 1. Em 2024, segundo a concessionária, foram 17 novas operações comerciais – para 2025, a meta é lançar 20 novas lojas – e um incremento de metros quadrados de 30%. “Atualmente temos quase 15 mil m² de área comercial e tem ainda 3 mil m² em implantação”, acrescentou. Após a pandemia, o aeroporto se reinventou e transformou o terminal em um hub multimodal, trazendo também a carga marítima para ser processada no Estado, apesar de Minas não ter mar.
- "Desde 2017 até agora, reduzimos 48% das nossas emissões de carbono na atmosfera, ous seja mais de 5.000 toneladas". (Rodrigo Côrtes, COO da BH Airport)
Premiações
Repaginado, o aeroporto trouxe para os espaços o conceito de mineiridade. “Poucas pessoas percebem, mas os portões de embarque refletem as principais portadas de igrejas barrocas, e o forro de teto, as planícies mineiras”, ressaltou Rodrigo Côrtes, COO da BH Airport. Já Daniel Miranda fez questão de enfatizar a parceria forte com o governo de Minas e a agência Invest Minas: “Esses resultados refletem a parceria estratégica com o governo do Estado e a Invest Minas, fundamentais para o desenvolvimento de novas rotas aéreas e o crescimento da demanda”. Miranda destaca o papel do aeroporto como catalisador de investimentos para Minas.
As premiações mostram que o aeroporto está no caminho correto: quarto ano seguido como um "Aeroporto Verde", pelo Programa Green Airport, do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI-LAC); dois anos consecutivos (2023 e 2024) como o aeroporto mais sustentável do Brasil, pelo programa Aeroportos Sustentáveis da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Destaque ESG no prêmio O Equilibrista 2024, do IBEF-MG; primeiro e único aeroporto carbono neutro do Brasil com certificação Nível 3+ (que aborda a neutralidade de carbono) do Programa Airport Carbon Accreditation (ACA) e único aeroporto no Brasil com certificação nível 2 no programa Airport Customer Experience Accreditation, do Airport Service Quality (ASQ) de Airports Council International (ACI) Word.
Neste ano, ainda foi inaugurada uma das maiores sala VIPs do Brasil, a Advantage, com sistema de fast track, que permite o acesso rápido ao portão de embarque por um acesso prioritário. Para 2025, há a negociação duas novas salas VIPs com a operadora de turismo BRT: uma de 300 m² na área do mezanino, e outra do lado do embarque doméstico, próximo ao Portão 1, com 200 m². Rodrigo Côrtes ainda ressaltou a sustentabilidade, através da implantação da agenda ESG, a aquisição de quatro veículos elétricos para a operação de pátio e a criação do programa BH Aiport Day em breve, para que pessoas e instituições possam conhecer o dia a dia do aeroporto.