Paracatu é conhecida como a “Capital Mundial do Pão de Queijo”. Na cidade do Noroeste de Minas, são produzidas ainda quitandas e quitutes, como desmamada, bolo de domingo, mané pelado, empadinha de pele fina, queijadinha, biscoito de queijo e de polvilho e queijo. Assadas no forno de barro por quitandeiras de mão cheia, elas ganham um sabor único.
Quem esteve no final de semana em Paracatu pôde comprovar isso na décima edição do Festival do Patrimônio Cultural. A programação teve novidades neste ano: foram lançadas duas marcas que reposicionam o turismo do município no Estado e no país – “Paracatu: para tudo que a gente ama” e “Quitandas de Paracatu: um patrimônio, nossa preciosidade”.
Em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e o Sebrae Minas, as novas identidades visuais foram apresentadas durante a inauguração da Casa Paracatu, um edifício construído entre os anos de 1920 e 1930, tombado e agora totalmente revitalizado. Essas marcas propõem a valorização de todo o patrimônio material e imaterial de Paracatu.
Segundo Patrícia Rezende, analista do Sebrae Minas, que acompanha a evolução do festival desde sua criação, o evento nasceu da necessidade de diversificar a economia, hoje baseada na mineração. “Essa atividade, em sua essência, tem início e fim. Por isso a sociedade organizada de Paracatu, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável (Adesp), propôs um plano para pensar essa diversificação”, explica.
O plano é mostrar Paracatu como um destino com características únicas. “É uma cidade de mais de 300 anos de história no Cerrado mineiro e que reflete em seu patrimônio todas as arquiteturas, da colonial à art déco e modernista”, enfatiza Patrícia. Além das marcas e da Casa Paracatu, outras 34 ações e projetos devem ser implementados até 2030, entre elas capacitações da comunidade, fortalecimento das quitandas e das manifestações culturais e participação em feiras.
Para reconhecer essa vocação da cidade, também será solicitado, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), o pedido de Indicação Geográfica na modalidade Indicação de Procedência (IP), para as quitandas produzidas em Paracatu. Ao todo, 12 delas estão em processo de registro de procedência. Como o café do Cerrado e o queijo canastra, as quitandas darão às quitandeiras um selo de qualidade e garantia e abrirão as portas do mercado para comercialização.
Há pouco mais de um ano, as 12 quitandeiras de Paracatu se organizaram em associação. “Elas são guardiãs do saber e do modo de fazer, e isso é preciso inclusive para ser perpetuado e passado para as novas gerações”, destaca Patrícia. O selo de qualidade pode até mesmo dar acesso à participação em feiras e recursos para valorização dos produtos. Se antes as quitandas se restringiam aos quintais, hoje já há marcas e lojas que comercializam os produtos.
Caberá daqui para a frente ao Sebrae Minas, em parceria com o poder público e os parceiros locais, colocar em prática as estratégias e tirar as ações do papel. Presente ao evento, Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, resumiu bem esse novo momento: “A marca identifica e promove atributos singulares da cidade, criando um senso de pertencimento à comunidade, fomentando novos investimentos, atraindo visitantes e investidores e impactando diretamente a economia local, na geração de emprego e renda”.
Serviço
Como chegar
De ônibus/Via BH: pegue um ônibus da Viação Sertaneja. São cerca de 8 horas de viagem.
De avião: pegue um voo da Azul, Gil ou Latam até Brasília e depois um ônibus até Paracatu pelas viações Araguarina ou Empresa São Cristóvão.
De carro: siga a BR-040 no sentido Brasília.
Onde se hospedar
Hotel Veredas: diárias em apartamento standard a R$ 170 por pessoa, com café da manhã. O hotel ainda tem academia, piscina e estacionamento. Rua Getúlio de Melo Franco, 333, centro. Acesse Hotel Veredas.
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