O Atlético foi melhor que o Vasco e, com justiça, venceu por 2 a 1, na Arena MRV, o jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil 2024. Bom resultado, que dá ao Galo uma vantagem considerável pra partida de volta. Não quer dizer que foi perfeito. Há pontos de evolução, como sempre há, mas vencer era fundamental, e o resultado deve ser valorizado.
O time carioca começou bem o jogo. Rafael Paiva certamente viu Galo x Fluminense e sabia que, se viesse à Arena só pra se defender, seria amassado. Não foi o que fez. Marcou alto, ocupou o campo de ataque e nos causou problemas nos primeiros 20 minutos de jogo. Fez 1 a 0 num lance que deixa um alerta: de nada adianta marcar a forte bola aérea de Vegetti se o preço a ser pago for deixar Coutinho solto pra jogar.
O camisa 11 vascaíno é muito talentoso. Está abaixo fisicamente, mas, enquanto tem perna, sobra. E teve muito espaço pra jogar entre nossas linhas de marcação. Em São Januário, precisamos marcar Coutinho mais de perto. Foi dele o gol.
Ao som de “o Galo é o time da virada”, viramos. A ideia de Milito de usar Rubens pelo corredor e trazer Guilherme Arana pra construir por dentro deu certo. O camisa 13 não é titular da Seleção à toa. Joga muito, independentemente da função atribuída a ele. Numa jogada que começou com Paulinho e passou por Hulk, “Guille Arana”, como gosta de falar Gabriel Milito, deixou tudo igual num golaço.
Paulinho, inclusive, dividiu o posto de melhor em campo com Arana, ao meu ver. Jogou demais, não só pelo gol da virada, antecipando a marcação de Léo Pelé e cabeceando pra baixo, como manda a cartilha. Foi meia, construtor e provou, de novo, que é peça essencial pro funcionamento desse time, mesmo jogando no sacrifício, com dores na perna, como ele mesmo confirmou que está.
No segundo tempo, o ritmo caiu. Quem estava no estádio notou. Comentei com um colega que, em dado momento, parecia um jogo da década de 70. Os jogadores paravam, pensavam, tomavam a decisão. Dá até uma certa agonia. É impossível não pensar “por que esse cara simplesmente não corre no espaço vazio?”. Porque não tinham perna pra isso, como não tinham os craques do nosso tricampeonato mundial e suas vítimas.
Acho que, do nosso lado, a queda física pode ter a ver com o uso de quase todos os titulares em Campinas, contra o Palmeiras, mas reclamar disso agora é muito fácil, principalmente já sabendo que perdemos lá e pregamos aqui. Milito foi pro Brinco de Ouro da Princesa pra vencer o jogo, como sempre faz. Se não deu (e refletiu no jogo seguinte), paciência. Prefiro lamentar uma postura corajosa demais do que uma postura covarde. Sempre.
Nosso treinador disse em coletiva que o Galo vai precisar de um “jogo extraordinário” em São Januário pra avançar de fase. Que bom que ele sabe disso. Por consequência, os jogadores sabem também. Vai ser uma guerra o jogo da volta, não tenham dúvidas. Mas temos futebol pra passar e confirmar a primeira das duas finais que estamos buscando.
Seguimos! Tem coisas boas guardadas pra nós. Saudações!