Esta sexta-feira, 6 de setembro, celebra o Dia do Sexo — brincadeira com a posição sexual 69. A data serve a propósitos comerciais, com promoções de motéis, sex shops e distribuição de vibradores, mas também é um lembrete sobre a educação sexual. Para comemorar a data, confira nove conteúdos de O TEMPO com curiosidades e reflexões sobre prazer e saúde sexual.

1 - Como fazer um ménage à trois sem dor de cabeça?

Estímulo ao prazer para alguns casais e de brigas entre outros, o ménage à trois, o sexo a três, exige cuidados. “O problema é que a maioria apenas decide que quer fazer e sai à caça de uma terceira pessoa, sem elaborar muito o que buscam com aquela experiência”, diz o psicólogo e terapeuta sexual Erick Paixão.

Ele acrescenta que, quando tudo corre bem, essa realização pode contribuir para uma maior proximidade e aumento da confiança do casal, já que terão que desenvolver mais a comunicação, além de propiciar o aumento do repertório sexual a partir da abertura para novas formas de sentir prazer. “Sem contar que há uma satisfação pessoal, uma vez que o desejo por outras pessoas é natural, e essa dinâmica acaba funcionando como forma de dar vazão a isso. E, por fim, há uma tendência de aumentar o desejo sexual de um pelo outro, o que é bem visível entre os casais praticantes”, conclui.

2 - O que os frequentadores buscam nos motéis de BH?

Os motéis são uma indústria que movimenta R$ 4 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis). Os belo-horizontinos parecem ser alguns dos mais entusiastas desses estabelecimento: BH é a terceira capital com mais frequentadores, atrás somente de Manaus e São Paulo, segundo a associação.

E o que atrai os consumidores aos motéis? O TEMPO conversou com frequentadores nas ruas da cidade e descobriu: a hidromassagem é um dos principais atrativos. “Se não tiver uma, eu nem piso lá”, brinca um. 

Leia a matéria completa. Belo Horizonte é a terceira capital mais frequentadora de motéis; veja o ranking

3 - Quem vive com HIV precisa contar antes do sexo?

Ainda considerado um tabu por muitas pessoas, o diagnóstico de HIV não é, há muito tempo, a “sentença de morte” que pareceu há algumas décadas. Pessoas que se tratam não transmitem o vírus, mesmo nas relações sexuais sem camisinha — o que, de toda forma, não é recomendado, visto que existe outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Há alguns meses, contudo, tornou-se uma polêmica: pessoas que vivem com HIV e estão com a carga viral indetectável, ou seja, não transmitem, precisam compartilhar seu diagnóstico para os parceiros sexuais? Especialistas enfatizam que não. “De maneira geral, depois de seis meses de tratamento, a pessoa não transmite. Do ponto de vista individual, a pessoa indetectável não é obrigada a falar”, defende o infectologista e professor da Faculdade de Saúde Santa Casa BH Alexandre Moura.

4 - Fazer sexo por cem dias seguidos faz sentido?

Você conseguiria fazer sexo por cem dias seguidos? Foi uma das táticas da atriz Heloísa Périssé para manter a animação no casamento de mais de duas décadas. “Foi sensacional. Você deita, olha seu parceiro, é como se seu corpo ligasse. Um simples toque aciona coisas em você”, garante a artista.

A estratégia pode ser interessante, mas exige cuidados para o sexo não se tornar uma mera obrigação, diz o sexólogo Rodrigo Torres. “No caso (do relato de Heloísa Périssé), o casal parece não encarar o sexo como uma obrigação, mas sim como um acordo, um combinado que ambos estão dispostos ou predispostos a cumprir”.

5 - Sexo oral tem risco?

Sexo oral é um risco para a transmissão de algumas ISTs e pode ter consequências além delas. Ele é uma potencial porta de entrada para o HPV, uma das principais causas associadas a cânceres de orofaringe, ou câncer na garganta.

Mas não existe motivo para pânico. A vacina contra o HPV protege contra os principais tipos do vírus que favorecem os tumores malignos. Ela está disponível para alguns grupos além dos adolescentes no SUS. Na rede particular, pessoas de até 45 anos também podem se imunizar, mesmo aquelas que já tiveram a doença uma vez.

6 - Beleza importa no sexo? 

Beleza é importante para o prazer sexual? Nem sempre, argumentam psicólogos. “Performance sexual, química e prazer não estão relacionados com padrões estéticos. Qualquer biotipo de corpo tem direito e capacidade de dar e receber prazer”, diz a psicóloga Renata Lanza, especializada em sexologia e educação social.

E dados contradizem crenças populares. Há um senso-comum de que pessoas consideradas menos bonitas se esforçarão mais no sexo para tentar compensar a própria aparência. Mas isso não é verdade. Uma pesquisa realizada pelo cientista social Robert Urbatsch, da Universidade de Iowa (EUA), revela que pessoas consideradas bonitas são mais permissivas quando o assunto é sexo.

7 - Por que não falamos sobre educação sexual?

A educação sexual desde a infância funciona como uma barreira contra abusos. Basta ver algumas manchetes que, eventualmente, repercutem na mídia nacional: “Menina denuncia padrasto após palestra de educação sexual”; “Após aula de educação sexual, garota denuncia avô abusador aos professores”; “Estupro de seis crianças é revelado após palestra em escola”.

Mas, ao mesmo tempo, falar sobre sexualidade com crianças e adolescentes é encarado como tabu por parte da sociedade. Com esse dilema, especialistas em educação e sexualidade cobram reforço sobre o tema nas escolas. “Se não educamos nossos filhos, eles vão buscar essas informações em outras fontes, seja na rua, na internet ou entre amigos, o que não é o ideal”, sublinha a consultora em sexualidade Aline Bicalho.

8 - O ChatGPT pode ser um parceiro sexual? 

No filme “Her”, o personagem interpretado por Joaquin Phoenix é um homem solitário que se apaixona por uma plataforma de inteligência artificial de voz feminina. Fora das telas, a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, proíbe o uso da ferramenta para serviços românticos ou sexuais.

Isso não impede, porém, que a imaginação projete o que será a sexualidade em um futuro com predominância da inteligência artificial. Mas o que vem por aí? “Um elemento importante nestas tecnologias é dar vida ao componente de fantasia”, observa a psicóloga Leni de Oliveira. Para ela, as tecnologias talvez possam ajudar a diminuir a sensação de solidão.  Ela pondera, porém, que ainda não é possível saber se uma companhia artificial poderá suprir as necessidades sexuais humanas. “Não temos estudos que comprovem isso. Apenas o tempo dirá”. 

9 - Quem se importa com o tamanho do pênis?

A discussão é velha, mas persistente: tamanho do pênis importa? Há estudos que mostram que, sim, ele pode ser um atrativo para mulheres. Por outro lado, para mulheres que estão em um relacionamento, as dimensões do órgão parecem não importar tanto. 

No dia a dia do consultório, as queixas sobre tamanho não são sobre a exigência da parceira ou do parceiro, mas uma cobrança autoimposta, diz o urologista Luiz Otávio Torres. “Esses homens gostariam de aumentar o pênis para trocar de roupa no vestiário, para exibir um genital grande, algo que, no imaginário, está relacionado a mais força e melhor performance sexual”.