Minas Gerais apresentou números abaixo da meta nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb) 2023, divulgado nesta quarta-feira (14 de agosto) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Nos anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental, Minas Gerais alcançou 4,9 pontos, aquém dos 5,5 previstos. Já no Ensino Médio, a pontuação foi de 4,2, enquanto a meta nacional era de 5,2. Já nos primeiros anos do Ensino Fundamental (1º ao 5º), o Estado alcançou 6,3 - a meta para o país é de 6.

Criado no ano 2007, o Ideb é um indicador que reúne os resultados de fluxo escolar (aprovação) e as médias de desempenho apresentadas nas avaliações de língua portuguesa e de matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 

Pedagoga e conselheira nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Ângela Mathylde afirma que é preciso que os envolvidos na educação do país façam algumas perguntas para refletirem sobre os resultados apresentados pelo Ideb. “Como os professores têm sido estimulados para que esse índice aumente? Como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem contribuído? Quais métodos têm sido utilizados nas escolas?”, diz ela.

Ângela Mathylde também chama a atenção para a falta de professores atualmente. Conforme ela destaca, isso é sentido no dia a dia, e muitos jovens já não têm interesse em atuar na profissão. Com isso, muitas vezes, segundo ela, há o emprego de mão de obra não qualificada. “É preciso que eles tenham formação adequada, que conheçam os marcos do desenvolvimento, a lógica do pensamento infantil. Será que tudo o que temos, como uma BNCC maravilhosa, chega ao chão da sala de aula?”, questiona.

Outro fator que, segundo a especialista, pode ter contribuído negativamente para o resultado do Ideb é a pandemia da Covid-19. De acordo com ela, os desafios de ter ou de dar aula online, o confinamento, entre outras questões, também têm seu preço.

“Houve uma defasagem no ensino, e alguns anos podem ser necessários para recuperar esses impactos”, diz ela. Conforme a especialista, se o aprendizado não foi o ideal durante alguns anos, é mais desafiador aprender as matérias dos anos seguintes, uma vez que elas se complementam.