Um macaco foi encontrado morto na casa do paciente com suspeita de febre amarela em Timóteo, no Vale do Aço, segundo a prefeitura da cidade. O governo municipal não esclareceu se já foi realizado um teste para detectar a doença no primata, mas afirma que a presença do animal contribuiu para suspeita de que o paciente pode estar infectado.

O homem é um trabalhador rural e apresenta alguns sintomas associados à febre amarela e outras arboviroses — doenças transmitidas por mosquitos —, como febre, dor abdominal, náuseas e vômitos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) aguarda os resultados dos exames do paciente para divulgar o diagnóstico oficial.

A notificação da suspeita ocorre na mesma semana em que a primeira morte do ano por febre amarela foi registrada em Minas, em Extrema, no Sul do Estado. Também houve confirmação da infecção de um primata em Toledo, na mesma região. Em 2024, a SES-MG contabilizou dois casos de febre amarela em humanos.

Macacos não transmitem febre amarela a humanos

Os macacos não transmitem a febre amarela a humanos. Como as pessoas, eles são infectados por mosquitos. Nas cidades, a febre amarela é transmitida pelo Aedes aegypti (o mesmo transmissor da dengue, zika e chikungunya). Em áreas silvestres, é transmitida principalmente pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

Casos de macacos infectados são um alerta de que o vírus está circulando em uma região. Em Timóteo, segundo a prefeitura, o índice de infecção predial, isto é, a taxa de imóveis com larvas de Aedes aegypti, é de 4,7%, acima dos 0,9% recomendados pelo Ministério da Saúde.

Na sexta-feira (07/02), servidores do governo municipal percorreram casas dos bairros Eldorado e Santa Maria, próximo ao local onde o macaco morto foi encontrado, para vistoriar os imóveis e vacinar pessoas de 9 a 60 anos ainda não imunizadas contra a febre amarela. Na próxima semana, entre os dias 10 e 16, todas as unidades de saúde com sala de vacinação realizarão uma campanha.

Hoje, a vacinação insuficiente é um obstáculo no controle da doença. Os dados mais recentes da SES-MG, de janeiro a outubro de 2024, apontam que 86,3% da população estão vacinados contra a febre amarela, abaixo da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde. Crianças abaixo de cinco anos tomam duas doses, a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. Acima de cinco anos, a dose é única para quem nunca foi vacinado. Mas quem só se vacinou abaixo dessa idade, recebe também uma dose de reforço.