A Justiça condenou um bombeiro militar reformado, de 62 anos, a 17 anos de prisão por matar um policial penal durante uma briga de bar no bairro Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte. O crime ocorreu em 26 de fevereiro do ano passado. A sentença foi proferida pelo juiz Vitor Marcos de Almeida Silva no início da madrugada desta terça-feira (15/7).

O julgamento começou às 10h dessa segunda-feira (14/7), no Tribunal do Júri, na região Centro-Sul da capital. Ao todo, sete testemunhas foram ouvidas durante a audiência, além do acusado. Por volta de 0h30 de terça-feira, o conselho de sentença acatou a tese de homicídio duplamente qualificado, mas absolveu o réu da acusação de discriminação racial.

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O juiz estipulou a pena em 17 anos de reclusão, em regime fechado, e manteve a prisão preventiva do réu.

Relembre o caso

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a vítima e o acusado, que não se conheciam, estavam bebendo em um bar quando tiveram um desentendimento. A vítima se identificou como policial penal, e o acusado, após afirmar ser bombeiro militar, teria duvidado da identificação. Ele acionou a Polícia Militar e solicitou a presença de uma viatura para abordar o agente e verificar a veracidade da identidade apresentada.

Em seguida, o bombeiro aposentado ligou outras duas vezes para o número de emergência, inconformado com a demora na chegada da viatura. Ele teria ido até em casa, de moto, e retornado algum tempo depois armado — segundo ele, para esperar a chegada da polícia. No entanto, ao entrar novamente no bar e avistar o agente penitenciário, disparou pelo menos cinco tiros, que atingiram o tórax e os braços da vítima. O homem chegou a ser socorrido pela PM, mas morreu ao dar entrada no hospital.

Após o crime, o bombeiro voltou para casa, trocou a moto pelo carro e, ao tentar deixar a residência, foi abordado por uma viatura da polícia, acionada pelo dono do bar após os disparos. Em sua defesa, ele alegou que pretendia se entregar no batalhão do Corpo de Bombeiros.

Conforme a denúncia, o réu agiu por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima. O processo também o acusava de discriminação racial, sob a alegação de que ele teria se recusado a aceitar que a vítima, um homem negro, fosse policial penal.