“Lutaremos por sua memória. Seu sorriso não se apagará!” — a frase estampava adesivos com a foto de Soraya Tatiana França durante o sepultamento da professora, realizado na manhã desta terça-feira (22/7), no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara, região Noroeste de Belo Horizonte. Familiares, amigos, ex-alunos e colegas da escola Santa Marcelina se despediram da profissional com orações e homenagens.

Entre os presentes estava o pai da professora, Nilton França. Ele lamentou a violência que tirou a vida da sua filha. Emocionado, Nilton também destacou que ela deixou um grande legado. “Diante de tanta violência, a gente percebe que o Brasil está ficando perigoso. Mas, já aconteceu. Não tem mais o que fazer, a não ser aceitar a vontade do Pai”, disse, emocionado. Ao descrever Soraya em apenas uma palavra, o pai não hesitou: “Amor e pessoa”.

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Ele contou ter se surpreendido com a quantidade de pessoas que passaram pelo velório e com as inúmeras homenagens recebidas. “Ontem eu descobri o alcance do amor da minha filha. Fiquei impactado com tanto carinho, tantas flores, tanta gente. Eu sabia que ela era uma pessoa boa, especial, mas não imaginava o tamanho da missão que ela cumpria ao longo dos anos, cuidando de tantas gerações”, afirmou.

Nilton comparou a atuação da filha à parábola do semeador — trecho bíblico. “Ela jogou sementes e ajudou a formar muitas pessoas boas no mundo. Cumpriu uma missão aqui, e agora começa outra, sob o domínio do Pai. Tenho certeza de que seguirá a serviço do bem”, contou. 

Ao ser questionado sobre a investigação e a possibilidade de justiça, ele respondeu: “Não sei de nada. Estamos tão surpresos quanto todos. Acredito na justiça dos homens e que ela será feita conforme a vontade de Deus”, disse. 

A morte da professora é investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Ela havia desaparecido na última sexta-feira (18/7). O corpo dela foi encontrado na manhã de domingo (20/7), em um viaduto da cidade de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.