Os belo-horizontinos voltaram, nesta semana, a aproveitar o espaço arborizado da avenida Bernardo Monteiro, no bairro Santa Efigênia, na região hospitalar, após cerca de um ano e três meses de obras. O conjunto histórico e paisagístico recebeu um investimento de R$ 2,4 milhões para revitalização, incluindo o plantio de novas espécies para recompor o paisagismo, afetado por pragas na última década. A entrega do espaço público coincidiu com a saída dos catadores de resíduos que ocupavam o entorno do local, na Praça João Pessoa, após a prefeitura alugar um galpão para o trabalho da categoria. 

A intervenção faz parte do Programa de Requalificação do Centro de Belo Horizonte, o “Centro de Todo Mundo”, criado para valorizar a região central — o mesmo responsável pelas reformas na Praça da Estação, na avenida dos Andradas, e na Praça da Independência, na avenida Afonso Pena. Inicialmente, as obras na Bernardo Monteiro seriam concluídas no primeiro semestre de 2024, mas foram adiadas devido ao impacto no trânsito, conforme justificou a prefeitura à época. Por isso, o ritmo dos trabalhos foi reduzido e a intervenção realizada em etapas. Por fim, a entrega atrasou cerca de 13 meses. 

Entre as melhorias na Bernardo Monteiro estão a troca de pisos, a instalação de bancos, jardins com sistema de irrigação automatizado, renovação da iluminação pública e a inclusão de câmeras de segurança. Também foram realizados ajustes no pavimento, conforme as normas de acessibilidade. O projeto foi desenvolvido por meio de concurso nacional, e os R$ 2,4 milhões investidos vieram de recursos próprios do município e do Fundo Municipal de Defesa Ambiental.


Foto: Alex de Jesus / O TEMPO 

“A avenida Bernardo Monteiro é um dos patrimônios mais queridos de Belo Horizonte, símbolo de convivência, memória e identidade para gerações de moradores. A revitalização deste espaço histórico reforça o compromisso da Prefeitura com a valorização dos bens culturais e ambientais da nossa capital, promovendo qualidade de vida e fortalecendo o Centro como lugar de encontro, lazer e cultura para todos”, afirmou o superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Leonardo Gomes.

Para quem frequenta a região, a revitalização devolveu um espaço arborizado para descanso em meio à área hospitalar de BH. Moradores e trabalhadores do entorno notaram, principalmente, a remoção das toneladas de resíduos que eram acumuladas na Praça João Pessoa, localizada na confluência com a avenida Bernardo Monteiro. “É uma grande alegria poder circular de novo com essa beleza. Essa obra ficou linda, merece parabéns”, celebrou o morador da regional, Cláudio Candiane.

Nesta segunda-feira, o engenheiro civil Henrique Silveira, de 39 anos, sentou-se na praça João Pessoa para aproveitar o horário de almoço e percebeu uma maior tranquilidade no local. "Eu trabalho aqui na região e venho à praça com frequência. Ela estava insustentável. Suja, com recicláveis, mas também com muito lixo. Em alguns dias, a pilha de resíduos chegava a uns dois metros de altura. Agora, deu um outro aspecto visual, sem os sacos empilhados. É um ambiente arborizado, agradável, então espero que continue sendo bem cuidado", disse.

Novas oportunidades de uso do espaço público 


Foto: Alex de Jesus / O TEMPO

Com a entrega da avenida Bernardo Monteiro revitalizada, a prefeitura afirma que o espaço volta a ficar disponível para a realização de feiras — como acontecia tradicionalmente — e outras atividades ao ar livre. A vereadora Marcela Trópia (Novo), que acompanhou desde 2023 a solicitação de mudança do local de trabalho dos catadores da Praça João Pessoa, avaliou que a localização da Bernardo Monteiro facilita o uso versátil do espaço público. “A população ganha um complexo de lazer. Podem ocorrer outros eventos aqui: pessoas com bicicleta, piqueniques...”, propôs.

Jardins da Bernardo Monteiro 

O projeto paisagístico da avenida Bernardo Monteiro contemplou o plantio de novas espécies de árvores para recompor o paisagismo, especialmente após a perda de fícus causada por infestação de pragas na última década. 


Foto: Alex de Jesus / O TEMPO