A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não tem previsão para a retirada dos blocos de concreto que foram instalados no entorno do estádio Mineirão, na região da Pampulha, para a realização das provas da Stock Car. Mesmo com o cancelamento da edição deste ano, o Executivo municipal afirmou que não sabe se irá retirar a estrutura que foi instalada no ano passado para o desenho do circuito Toninho da Mata. Na ocasião, foram colocados 1.800 blocos de concreto com o peso aproximado de 3.500 kg cada um.
O prefeito Álvaro Damião (União), em entrevista nesta terça-feira (8/7), admitiu que o tema ainda não foi discutido. Apesar disso, lamentou o cancelamento da edição neste ano. “Eu gostei muito do que vi ano passado, eu vi um evento maravilhoso em Belo Horizonte. É esperar que os organizadores, junto à Justiça, tenham a segurança jurídica que eles tanto querem para fazer o evento. Isso vale para qualquer evento. Você precisa ter segurança jurídica, e é isso que está faltando”, afirmou.
Como informado por O TEMPO nesta segunda-feira (7/7), a etapa da Stock Car BH, prevista para os dias 15, 16 e 17 de agosto, foi cancelada pela Vicar, empresa responsável pela organização do evento. Conforme os organizadores, a suspensão da etapa na capital mineira ocorreu devido à falta de possibilidade de aumentar o prazo para a montagem do circuito de forma segura. Em comunicado, a empresa alegou que a falta de tempo hábil impede a montagem da maneira correta.
"Os estudos demonstraram que, para garantir os padrões de segurança e qualidade que a Stock Car Pro Series exige, seria necessário um prazo adicional que não se adequava ao cronograma estabelecido", escreveu em nota. Ainda conforme a empresa, foram discutidas outras datas para a Stock Car BH, porém não houve consenso para escolher um novo fim de semana para a etapa no circuito Toninho da Mata. A disputa foi transferida para o Autódromo Zilmar Beux, em Cascavel (PR), na mesma data.
Ação do Ministério Público Federal
De acordo com o BH Stock Festival, que contempla outros eventos além da disputa automobilística, o cancelamento se deve a uma ação do Ministério Público Federal (MPF). O órgão ajuizou uma ação civil, alegando que o barulho da corrida ultrapassa os limites permitidos: 70 decibéis para áreas comuns e 55 decibéis para a região do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A ação, com data de autuação de 4 de julho, foi movida contra as empresas organizadoras da etapa mineira. Diante disso, segundo a BH Stock Festival, os ingressos adquiridos devem ser validados para uma nova data. "O reembolso será assegurado aos que não puderem participar do evento e a política de devolução do valor pago será publicada nas redes sociais do BH Stock Festival em breve", informou a organização.