Réu pela morte do sargento Roger Dias, em janeiro do ano passado, e outros processos, Welbert de Souza Fagundes voltou a denunciar casos de agressão e ameaças à Justiça. Atualmente, ele está preso no Presídio de Francisco Sá, no Norte de Minas, onde denunciou casos semelhantes em janeiro deste ano.

A declaração de Welbert Fagundes foi dada durante audiência de instrução no processo em que responde por receptação. Ele postou vídeos em redes sociais fumando, ouvindo pagode e “com saudade” de uma mulher, como ele mesmo disse enquanto estava preso na Nelson Hungria, em Contagem. Por conta disso, ele responde à receptação, já que é proibido celular na cadeia.  

Durante audiência no final do mês passado, um policial foi ouvido. Outros dois não compareceram e não apresentaram justificativa. Após o depoimento do policial, Welbert, que participava de forma virtual, pediu a palavra. Ele relatou que tem sido vítima de ameaças, torturas, maus-tratos e agressões. Segundo o réu, antes de participar da audiência, ele foi ameaçado por um policial penal e passou o nome do agente.

No processo de receptação, Welbert Fagundes é assistido pela Defensoria Pública. Após a denúncia, foram solicitadas as medidas cabíveis O juiz José Venâncio de Miranda Neto enviou ofício à direção do presídio, à Secretaria Estadual de Administração Prisional (Seap) e ao juiz corregedor do presídio de segurança máxima de Francisco Sá para ciência e providências que entenderem cabíveis. Procurada, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), responsável pela Seap, disse que a denúncia é improcedente e que a custódia do preso segue sem intercorrências.

Na denúncia de ameaça no começo deste ano, o réu disse que era ameaçado por supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais influentes do Brasil. Na ocasião, ele também denunciou irregularidades na entrega de medicamentos.