A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu quatro pessoas nesta quarta-feira (4/9) durante a Operação Alcance, deflagrada pelo Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) em Belo Horizonte. A ação mirou uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, com atuação nos bairros Dom Bosco, Alto dos Pinheiros e Califórnia.
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Segundo o delegado Davi Moraes, responsável pela investigação, dois dos presos fazem parte do chamado “núcleo do colarinho branco” da quadrilha. “Esses presos são chamados por nós de colarinho branco, pois não ficam na linha de frente. Inclusive é incomum encontrar drogas com eles. Quem fica com essa parte é quem vende. Eles eram mais responsáveis por interceptar jovens para o tráfico e organizar a lavagem de dinheiro”, explicou.
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— O TEMPO (@otempo) September 4, 2025
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O caso do advogado que cuspiu em jornalistas
Entre os presos está um bacharel em direito, de 34 anos, que também atua como voluntário no juizado de Betim, prestando serviços na Vara da Infância e Juventude. Durante a operação, ele cuspiu no rosto de dois cinegrafistas de emissoras de TV, em frente a policiais.
O delegado destacou que o comportamento foi considerado um atentado à liberdade de imprensa: “O homem estava sendo filmado pelo repórter. Outro integrante do grupo advertiu que ele tinha direito ao silêncio. Ele ficou indignado e atentou contra o jornalista. Em seguida, um terceiro indivíduo, de carro, quase atropelou jornalistas e também nossos policiais”, relatou Moraes.
Após a agressão, o advogado foi levado ao Denarc, onde poderá responder por injúria.
Resistência e tentativa de ataque a policial
Um dos presos, conhecido pelo vulgo Panda, reagiu à abordagem ao ver sua casa ser revistada. Visivelmente nervoso, ele tentou pegar a arma da cintura de uma policial, mas acabou contido e levado. O cunhado do advogado também acabou detido após jogar o carro contra a equipe policial.
Ligação com homicídio
As investigações indicam que a quadrilha tem envolvimento em homicídios relacionados à disputa por pontos de venda de drogas. Um assassinato ocorrido há cerca de dois meses, em frente a uma das casas investigadas, estaria diretamente ligado ao grupo.
“A vítima já tinha passagens por homicídio, tráfico de drogas e posse ilegal de arma. Ele fazia parte do núcleo de venda e transporte de drogas e foi morto por uma facção rival ao visitar um dos investigados, que hoje está preso”, informou o delegado.
Bens apreendidos e fachada criminosa
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em quatro casas e um lava-jato. No local comercial, segundo a polícia, não havia movimentação de clientes, apenas dos investigados. “O proprietário do local disse que nunca viu nenhum carro, a não ser os deles próprios, sendo lavado no local, apesar da intensa movimentação diária de pessoas”, acrescentou Moraes.
Durante a operação, a polícia apreendeu munições e pequenas quantidades de drogas embaladas em pinos.