A Polícia Civil de Minas Gerais emitiu nesta semana o pedido de prisão preventiva do tatuador de um estúdio localizado na avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, acusado de assediar sexualmente várias clientes, desde 2012. O homem ainda não foi detido e já é considerado foragido da Justiça.

O pedido de prisão é resguardado pelo artigo 215 do Código Penal, no qual entende-se como crime 'ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima'. 

Até o momento, 15 mulheres procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher para formalizar denúncias contra o homem.

Logo que as primeiras denúncias surgiram, a reportagem de O TEMPO conversou com o tatuador. Na ocasião, ele afirmou que não tinha nada a declarar e que estava se resguardando contra os xingamentos recebidos pelas redes sociais. "Estou passando muita vergonha, muito constrangimento. Eu não fiz nada", disse. 

Nesta quinta-feira (28), a reportagem voltou a procurá-lo no número de telefone disponibilizado em sua página oficial, mas todas as ligações caíram na caixa de mensagens.   

Relembre

As denúncias vieram à tona depois de uma publicação feita pela ativista Duda Salabert, no último dia 16, em que ela contava sobre sua preferência por tatuar com profissionais mulheres. Salabert recebeu mais de 40 denúncias de assédio e abuso sexual, todas elas relatadas por mulheres que frequentaram, em algum momento, o estúdio do tatuador. Os relatos datam desde 2012. 

Na ocasião, a ativista contou que estava disposta a protocolar uma ação coletiva no Ministério Público com a intenção de representar todas as vítimas. Tatuadoras de Belo Horizonte também se dispuseram a cobrir os trabalhos feitos pelo acusado. 

Em um dos casos, uma jovem de 26 anos, que preferiu não ser identificada, contou que fez sua primeira tatuagem com o homem quando ainda tinha 19 anos. Na ocasião, ela foi acompanhada pela mãe que esperou do lado de fora. Ela relatou que durante o processo, sua cabeça foi colocada em cima do colo do tatuador que, por diversas vezes, chegou a firmar a cabeça dela contra o pênis. 

Entenda a história completa