CRIME NO CENTRO

Delegado que matou motorista em BH é solto, mas investigação segue por 30 dias

Polícia Civil disse que não foram encontrados elementos jurídicos para a prisão e que ele teria agido em legítima defesa

Por Rayllan Oliveira
Publicado em 27 de julho de 2022 | 13:06
 
 
 

O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que atirou e matou um motorista durante uma briga de trânsito no centro de Belo Horizonte foi liberado após prestar depoimentos. De acordo com a PCMG, foi realizada uma análise técnica e jurídica dos fatos e não houve elementos jurídicos para a prisão. O delegado, acompanhado do seu advogado, disse ter agido em legítima defesa. 

A PCMG informou que a "a Corregedoria adotou medidas imediatas para a apuração sobre os fatos" e que o inquérito deverá ser concluído no prazo legal de até 30 dias. A Polícia Civil, junto a Corregedoria-Geral, assegurou que o procedimento será conduzido "com impessoalidade, imparcialidade e transparência, repudiando atitudes violentas, insensatas e incivilizadas de quaisquer pessoas, especialmente de seus servidores".

O caso ocorreu durante a tarde de terça-feira (26), no Viaduto Oeste, no Complexo da Lagoinha. O delegado estava em uma viatura descaracterizada quando foi fechado pelo caminhão, o que deu início a uma discussão. Após algum tempo, o policial teria fechado o reboque da vítima e efetuou o disparo, que atingiu o pescoço do homem. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, por onde passou por um procedimento cirurgico. No entanto, ele não resistiu e veio a óbito no local. A vítima deixa quatro filhos, sendo três meninas e um menino.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, todos os esforços serão feitos de maneira a proporcionar ao Ministério Público e ao Poder Judiciário os elementos necessários para o processo. " Todas as diligências investigativas possíveis serão realizadas, como depoimentos de outras testemunhas, análise de laudos periciais, arrecadação de imagens de câmeras de vigilâncias", disse em nota. A PCMG afirmou que também foi instaurado um procedimento disciplinar para apuração da responsabilidade administrativa do envolvido.

 

Relembre o caso

Anderson Cândido Melo foi morto na tarde de terça-feira (26), no Viaduto Oeste, no Complexo da Lagoinha. O delegado envolvido estava em uma viatura descaracterizada quando teria sido fechado pelo caminhão, o que deu início a uma discussão.

Após algum tempo, o policial teria atravessado a viatura na frente do reboque da vítima e efetuou um único disparo, que atingiu o pescoço do homem. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde passou por um procedimento cirurgico. No entanto, ele não resistiu e veio a óbito no local. A vítima deixa quatro filhos, sendo três meninas e um menino.

Ainda na tarde desta quarta, motoristas de caminhão reboque realizaram uma carreata em manifestação para cobrar que as autoridades investiguem devidamente o assassinato de Anderson Melo pelo policial. O corpo do motorista assassinado também foi liberado do IML de BH na tarde de quarta, quase 24h depois da morte. 

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