Eventos climáticos extremos fizeram primeiro o preço do azeite disparar no mundo, depois elevaram o valor do café nas gôndolas e, agora, chegam à avelã, o que pode significar chocolate mais caro nas prateleiras. Isso ocorre em um momento em que o preço de barras e bombons já aumentou 4,5 vezes acima da inflação, com uma alta de 23,4% em um ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este não é o único fator a pressionar o preço do doce. Também afetado por mudanças climáticas, especialmente pelas chuvas irregulares seguidas por secas e altas temperaturas nas plantações africanas, o cacau se tornou um vilão da inflação nos últimos dois anos. O preço do fruto começa a dar sinais de baixa — a empresa global de serviços financeiros J.P.Morgan projeta uma boa safra entre 2025 e 2026.
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Por outro lado, a avelã não para de subir. Desde abril deste ano, o preço dela aumentou 35% internacionalmente. A causa foi uma geada inesperada na Turquia, principal produtora global do fruto seco.
Ele é uma das bases, por exemplo, da Nutella, produzida pela italiana Ferrero. Na imprensa internacional, já se levanta o temor de que o preço do produto escale. Mas a empresa nega grandes impactos. Procurado pela reportagem, o braço brasileiro da Ferrero afirmou que compra sua matéria-prima de múltiplas fontes ao redor do mundo e que não prevê nenhuma interrupção no abastecimento neste ano. "Nossos produtos incorporam avelãs provenientes da Turquia, Itália, Chile, Estados Unidos e outras origens, garantindo um fornecimento consistente ao longo do ano", detalha a nota.
A reportagem também procurou a Garoto e a Nestlé e aguarda retorno.