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84,2% apoiam veto a projeto que proíbe ônibus por aplicativos

Pesquisa realizada pela CP2 indica que a maioria dos mineiros concorda com veto de Zema ao Projeto de Lei 1.155, que regulamenta setor de fretamento

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 15 de outubro de 2021 | 05:00
 
 
 
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Os mineiros querem que os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) mantenham o veto de Romeu Zema ao Projeto de Lei (PL) 1.155/2015, que apresenta novas regras para o setor de fretamento de veículos para viagens metropolitanas e intermunicipais. Uma pesquisa realizada pelo Instituto CP2, sob encomenda da startup Buser, indicou que 84,2% dos entrevistados concordam com o governador e querem que o veto seja mantido em plenário. Apenas 10,6% disseram não concordar com o veto, enquanto 5,2% não responderam.

Aprovado em dois turnos na ALMG em agosto, o PL traz diversas alterações para o setor de transporte rodoviário por meio de fretamento. Se os deputados derrubarem o veto, uma nova lei vai determinar a adoção de circuito fechado (ida e volta com mesmo grupo de passageiros) e a exigência de envio de lista com nomes dos viajantes com seis horas de antecedência Departamento de Estradas de Rodagem (DER). As empresas também ficam impedidas de realizar viagens regulares em dias, horários e itinerários.

Mas o ponto mais polêmico é a proibição do uso de aplicativos para intermediar os contatos entre as pessoas que desejam viajar e as empresas que fazem o transporte por fretamento. Esse ponto impacta a existência da Buser, startup que faz essa ponte entre demanda e oferta desde 2017.

Para Juliana Natrielli, diretora de relações governamentais da Buser, a pesquisa comprova que os mineiros querem liberdade na hora de contratar uma viagem de ônibus. “A população defende a inovação. Tenho certeza de que os deputados serão sensíveis ao desejo dos mineiros”, diz a diretora.

O próprio governador Romeu Zema defendeu o direito do consumidor ao justificar o seu veto. No dia 24 de setembro, ele escreveu no Twitter que “competição e concorrência são benéficas para termos maior qualidade e menores preços”. “O Projeto de Lei 1.155/2015, aprovado na Assembleia Legislativa, será vetado pra garantir aos mineiros o direito de escolher o serviço de transporte rodoviário intermunicipal que melhor lhe convêm”, afirmou o governador na rede social.

A pesquisa também revelou que metade dos mineiros que pretendem viajar nos próximos meses deve escolher o ônibus como meio de transporte. Segurança, conforto e preço foram as qualidades mais apontadas pelos entrevistados como determinantes para a escolha da empresa, na hora de contratar uma viagem.

“O ônibus é o meio de transporte mais democrático que existe. A Buser vem cumprindo um papel de democratizar ainda mais o acesso trazendo preços mais baixos por um serviçoseguro e confortável. Acreditamos que, à medida que os mineiros descubram nosso serviço, mais gente pense em programar novas viagens”, completa Juliana Natrielli.

Buser tem mais de 400 parceiros

A Buser é um dos aplicativos que podem ser afetados pelo projeto de lei que tramita na Assembleia. A startup foi fundada em 2017 e, nos três primeiros anos de atividade, promoveu o fretamento colaborativo com uma plataforma para conectar viajantes a empresas de ônibus na qual os passageiros dividem a conta final do fretamento.

Nos últimos meses, a startup evoluiu, passando a ser uma plataforma de mobilidade coletiva multisserviço, atuando também como marketplace de passagens, em parceria com grandes companhias, e agora com o Buser Encomendas. A empresa conta com mais de 400 parceiros (entre fretadores e viações maiores), utilizando aproximadamente 1.200 ônibus. São mais de 4 milhões de pessoas cadastradas na plataforma digital.

“O fretamento colaborativo trouxe para os fretadores novas oportunidades de um trabalho digno, que movimenta a economia local e nacional. Além de estimular a concorrência e fazer com que as grandes empresas também procurem melhorar seus veículos e suas ofertas, mostrou que é possível viajar num formato que cabe no bolso do consumidor”, diz Peter Mangabeira, fretador e empresário no setor.

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