O debate sobre a reforma tributária está quente em Brasília. Enquanto os políticos definem estratégias, alianças e acordos para mudar a legislação para arrecadação de impostos, o país segue com uma carga tributária pesada sobre a população e um dos piores índices mundiais de retorno dos impostos pagos para o bem-estar da população.  

Em 2022, a carga tributária bruta (CTB) do Governo Geral (União, Estados e municípios) atingiu 33,71% do PIB, o maior percentual observado na série histórica iniciada em 2010, segundo o Tesouro Nacional. O valor representa um aumento de 0,65 ponto percentual do PIB em relação a 2021 (33,05%). A arrecadação tributária no geral no ano passado foi de R$ 3,34 trilhões. 

É uma das mais altas do mundo. Mas não a maior. Quem lidera o ranking é a Dinamarca, com uma carga tributária que corresponde a 45,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Outro país escandinavo, a Finlândia aparece em segundo lugar com 44%. Na sequência estão a Bélgica, com 43,2%, a França com 43% e, fechando o top 5, a Itália com 42,6%. Mas esses países dão mais retorno para a população, com infraestrutura mais eficiente, melhores estradas, transporte público, segurança pública, educação e diversos outros serviços que visam o bem-estar.  

O Brasil, entre os 30 países que mais arrecadam impostos, é o que menos dá retorno para a população, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).  O levantamento leva em consideração a carga tributária em relação ao PIB, ou seja, toda a riqueza produzida no país, e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, que mede a qualidade de vida da população. “Mesmo com os sucessivos recordes de arrecadação tributária, o Brasil continua oferecendo péssimo retorno aos contribuintes, no que se refere à qualidade do ensino, atendimento de saúde pública, segurança, saneamento básico, entre outros serviços. E o pior, fica atrás de outros países da América do Sul, como Uruguai e Argentina”, analisa o presidente–executivo do IBPT, João Eloi Olenike, na nota que divulga o estudo. 

O estudo utilizou dois parâmetros para esse tipo de comparação: A carga tributária (arrecadação em relação ao PIB), que obtivemos junto à OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, referente ao ano de 2017  e também o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, conforme dados do PNUD - (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), com o índice final para o ano de 2018.  Para atingir o objetivo deste estudo, foi criado um índice para demonstrar o nível de retorno à população dos valores arrecadados com tributos, em cada país. O IRBES – Índice de Retorno De Bem-Estar à Sociedade, é resultado da somatória da carga tributária, ponderada percentualmente pela importância deste parâmetro, com o IDH, ponderado da mesma forma. 

Confira o ranking dos países (entre as 30 nações de maior carga tributária) que mais dão retorno para a população sobre os impostos pagos:

  1. IRLANDA 
  2. AUSTRÁLIA 
  3. SUIÇA 
  4. ESTADOS UNIDOS 
  5. CORÉIA DO SUL 
  6. JAPÃO 
  7. CANADÁ 
  8. NOVA ZELÂNDIA 
  9. REINO UNIDO 
  10. ISRAEL 
  11. NORUEGA 
  12. ESPANHA 
  13. ALEMANHA 
  14. ISLÂNDIA 
  15. REPÚBLICA TCHECA 
  16. ESLOVÁQUIA 
  17. ESLOVÊNIA 
  18. URUGUAI 
  19. ARGENTINA 
  20. LUXEMBURGO 
  21. ÁUSTRIA 
  22. DINAMARCA 
  23. FRANÇA 
  24. SUÉCIA 
  25. GRÉCIA 
  26. FINLÂNDIA 
  27. HUNGRIA 
  28. BÉLGICA 
  29. ITÁLIA 
  30.  BRASIL