Vantagem

Jazigo é opção ainda pouco explorada de investimento

Fundo que oferece só esse tipo de negócio promete a inflação mais 7% ao ano


Publicado em 24 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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RIO DE JANEIRO. A última morada virou investimento. Seja pela compra direta ou aplicação em fundos imobiliários, os jazigos são opção de investimento no Brasil, trilhando um caminho já comum no exterior. O único fundo que oferece somente esse tipo de negócio está aumentando capital, ofertando cotas para elevar o patrimônio de R$ 57 milhões para R$ 201,5 milhões. Hoje, há pouco mais de 80 cotistas no Fundo Brazilian Graveyard & Death Care Services, administrado pela H11-Capital.

Como estão lançando cotas na Bolsa, não podem passar dados do histórico do rendimento, conforme exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O prospecto do lançamento da oferta de cotas, no entanto, afirma que é possível um ganho composto de inflação mais 7% ao ano.

O que for captado pelo fundo será para comprar ativos “preponderantemente relacionados ao setor funerário (‘death care’), ou seja, imóveis destinados à implantação de cemitérios, participação em empresas detentoras de imóveis aprovados para exploração de cemitérios e direitos reais sobre bens ligados ao setor de cemitérios”, diz o prospecto.

A oferta vai até o fim do ano. O fundo tem 27% do Terra Santa Cemitério Parque, em Sabará. “Temos de pensar os jazigos como vendas preventivas. Não é um mercado explorado no Brasil”, afirma João Eduardo Santiago, gestor do fundo.

Outro que atuou nessa área foi o Fundo Mérito Desenvolvimento Imobiliário, que teve 1.900 túmulos daquele mesmo cemitério em sua carteira. Segundo Thiago Otuki, do site Clube FII, que acompanha o desempenho dos fundos imobiliários, o exclusivo para aplicações em ativos funerários teve poucos negócios e quase nenhuma liquidez. Já o do Mérito rendeu neste ano 6,05%, abaixo dos fundos de renda fixa, de 6,9%. A vantagem na aplicação desses fundos é a isenção do Imposto de Renda e o fato de eles serem lastreados em ativos reais.

O comerciante Luiz Gustavo de Almeida resolveu apostar no setor. Comprou dois jazigos no Cemitério da Penitência, no Caju, no Rio de Janeiro, por R$ 13 mil cada. Já tem um no Jardim da Saudade. Mas quer transferir os restos mortais da avó para o da Penitência e vender seus sete palmos de terra em Sulacap. “Comprei os jazigos por R$ 13 mil e acredito que consiga vendê-los já por R$ 25 mil”, avalia Almeida.

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