Um sistema de trilhas naturais com mais de 18 mil quilômetros de extensão – que vai percorrer o país de Norte a Sul – começou a ser desenvolvido pelo governo federal. O documento que oficializa a chamada Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas) foi assinado nesta sexta-feira (19) pelos Ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).
Em entrevista por telefone a O TEMPO, o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, afirmou que o investimento, a longo prazo, pode chegar a R$ 600 milhões. “O valor inicial é de R$ 150 milhões para a criação de novos parques naturais. O objetivo é que passemos dos atuais 700 mil turistas ecológicos por mês no país para 2 milhões, incluindo brasileiros e estrangeiros”, explica.
Segundo Lummertz, a Rede Trilhas visa conectar paisagens e ecossistemas brasileiros, por meio de quatro grandes corredores, para promover a organização, a estruturação e a ampla visibilidade à oferta turística de natureza no país. “Dos 18 mil km previstos, pelo menos, 1,9 mil km já está pronto. A meta é estruturar o restante em 20 anos”, disse o ministro.
Algumas dessas trilhas já foram sinalizadas. Uma pegada amarela foi colocada sobre uma base preta no chão, indicando o sentido a ser percorrido. O trajeto pode ser feito a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não motorizados.
Em Minas, a principal é a Trans Espinhaço – começando na Região Central do Estado e seguindo até o semiárido baiano, na Chapada Diamantina –, que se estende por quase 2.000 km. O percurso inclui biomas como Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Todo o percurso pode ser concluído em até três semanas.
A próxima trilha mineira a ser sinalizada é a Transmantiqueira. Com mais 750 km de tamanho e predominância da Mata Atlântica, ela começa na cidade de São Paulo, cruza o Rio de Janeiro e termina em Aiuruoca (MG). É possível percorrer a trilha em aproximadamente sete dias.
O sistema funcionará como uma alternativa de esporte na natureza, contribuindo para o fluxo da fauna e preservação vegetal com a conexão das unidades de conservação.
Outro resultado esperado com a rede é o aquecimento das economias locais nas cidades ao longo dos percursos. Isto porque moradores poderão explorar serviços de hospedagem, camping, guias e alimentação, além do comércio de equipamentos para as caminhadas.
Circuitos
Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS);
Caminhos Coloniais, do Rio até Goiás Velho (GO), passando por Minas;
Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO);
Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.