Meio ambiente

COP 25: países sob pressão para agir contra o aquecimento

Na segunda-feira, começa a reunião anual da ONU com signatários do Acordo de Paris; slogan do encontro convoca lideranças para acelerarem medidas concretas


Publicado em 28 de novembro de 2019 | 06:00
 
 
 
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As catástrofes climáticas são cada vez mais visíveis, e os pedidos de ação, cada vez mais ruidosos, mas os signatários do Acordo de Paris, que se encontrarão em Madri a partir da segunda-feira, querem mais tempo. Um tempo que o mundo não tem mais. #Time for action. O slogan da 25ª reunião anual da ONU sobre o clima (COP 25) é translúcido.

“Nós devemos acelerar o ritmo com medidas concretas”, pede a ministra do Meio Ambiente Carolina Schmidt, do Chile, que cedeu à Espanha a organização da conferência, em meio à maior convulsão social no país em décadas.
Será que os negociadores vão ouvir os gritos dos jovens que foram às ruas aos milhões nos últimos meses, inspirados pela ativista sueca Greta Thunberg? Muitos observadores acreditam que o evento não estaria à altura dessa urgência declarada.

“Esta COP corre o risco de não conseguir atender a essas expectativas, porque sobre essa questão a resposta virá no ano que vem”, antecipa Lola Valejo, analista do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e de Relações Internacionais (Iddri).

O Acordo de Paris, assinado em 2015, prevê que os cerca de 200 países signatários revisem até o fim de 2020 seus compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa. Muitos deles estão, portanto, com os olhos fixos no calendário do ano que vem.

Por enquanto, 68 países se comprometeram a revisar para cima seus compromissos até 2020, mas eles respondem apenas a 8% das emissões globais, segundo especialistas, que duvidam que a China ou a União Europeia vão expor suas intenções antes de meados do ano que vem. Sem falar nos Estados Unidos, que acabam de confirmar sua saída do Acordo de Paris em 2020.

Apesar disso, a advertência feita pela ONU nunca foi tão clara – e sombria. Para que a esperança de limitar o aquecimento global a +1,5°C, meta ideal prevista no Acordo de Paris, não se esfumace, devem-se reduzir anualmente as emissões de CO2 em 7,6% entre 2020 e 2030.

Por enquanto, não há indício de que essas emissões geradas particularmente por fontes de energia fóssil, que aumentam a cada ano, vão começar a baixar nos próximos anos.

Mudanças devastam planeta

Aumento das temperaturas

  • O mundo já se aqueceu +1°C desde a era pré-industrial. E cada grau suplementar aumentará a proporção dos desajustes climáticos.
  • No ritmo atual, a temperatura poderia chegar a 5°C até o fim do século. Os termômetros podem superar os +3°C, mesmo se os países respeitarem seus compromissos.

Monitoramento da ONU

  • Em menos de um ano, quatro relatórios científicos sobre o planeta soaram como um sinal de alerta.
  • As provas do impacto devastador das atividades humanas sobre o planeta se acumulam: recordes de calor, multiplicação de catástrofes meteorológicas, derretimento de geleiras e declínio sem precedentes da natureza.

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