Depois de comprovar os benefícios do uso de medicamentos organoterápicos – feitos a partir da matriz sadia de órgãos de carneiro e porco – em 300 pacientes com doença de Parkinson, de 2013 a 2019, a neurologista homeopata Isabel de Oliveira Horta vai passar a pesquisar os efeitos dessa técnica também em pacientes com Alzheimer.
“Eles tiveram 91% de melhora de 66 sintomas usuais da doença de Parkinson e 86% de melhora dos sintomas constitucionais (sintomas emocionais e lesões leves e moderadas em outros órgãos). As lesões graves de outros órgãos foram tratadas e tiveram melhorias relevantes, em sua maior parte resolvidas pelo uso de organoterápicos homeopáticos”, afirma a neurologista.
Isabel conta que, nos últimos cinco anos, atendeu quase exclusivamente pacientes parkinsonianos, mas acompanhou também “um ou dois casos de Alzheimer e esclerose múltipla, em que foi usado o mesmo organoterápico de cérebro”, e obteve resultados surpreendentes.
“Telefonei a um paciente de Alzheimer, que, após o uso das medicações em 2013, relatou a melhora de praticamente todos os sintomas e está bem até hoje. Isso me motivou a atender um maior número de pacientes inicialmente e depois partir para a pesquisa controlada também para Alzheimer”, afirma.
O Parkinson é uma doença degenerativa e lentamente progressiva de áreas específicas do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e que acomete mais de 150 mil pessoas por ano no Brasil. Já a doença de Alzheimer, com mais de 2 milhões de casos por ano no país, provoca deterioração das funções cerebrais, como perda de memória e da linguagem.
O novo estudo, diz Isabel, será exploratório. Apenas dez vagas serão abertas inicialmente, e o atendimento será inteiramente gratuito. “Acredito que a experiência pode vir a ser tão bem-sucedida para os casos de Alzheimer como foi com a doença de Parkinson. Como ainda atendo 127 pacientes parkinsonianos e sou a única no Brasil a fazer uso desse protocolo, tenho esperança de que outros homeopatas se interessem a aprender a utilizar o mesmo protocolo”, projeta.
Entenda
A homeopatia se baseia na lei dos semelhantes, segundo a qual os elementos da natureza podem curar os mesmos sintomas que são capazes de causar. No caso dos organoterápicos, o mecanismo de ação é o mesmo. O paciente recebe um medicamento feito de um órgão sadio, e, em tese, esse remédio vai curar o órgão doente. Isso significa que, em contato com o órgão doente, esses remédios o regeneram.
A neurologista homeopata explica que “o medicamento homeopático convencional e o organoterápico equilibram a expressão genética do DNA e modificam ordens genéticas ‘erradas’ por meio de tendências a adoecer herdadas”.
No entanto, existem diferenças: “O tratamento com organoterápicos matrizes de órgãos sadios de animais (e também de vegetais sadios) é localizado e objetiva tratar apenas o órgão lesionado”, complementa (leia o infográfico abaixo).
Voluntários
Interessados em ser voluntários
podem entrar em contato pelo site clinicaveredas.com, pelo e-mail
clinicaveredas@gmail.com ou pelo telefone (31) 2551-6665.
Paciente volta a andar
Os resultados do tratamento realizado por Isabel Horta em 41 pacientes parkinsonianos foram publicados na revista “Homeopathy”. No seu canal no YouTube, a neurologista homeopata também disponibilizou vídeos com histórias de alguns desses pacientes.
Uma das publicações mostra que um homem idoso com doença de Parkinson – que estava acamado havia seis anos, tinha dificuldade de locomoção e sofria com movimentos involuntários, problemas de deglutição, deficiência na cognição, incontinência urinária e problemas de comunicação e no humor – começou a dar pequenos passos após o início do tratamento.
Depois de fazer uso dos remédios organoterápicos produzidos a partir de cérebros e ossos saudáveis, esse paciente recebeu alta relativa após sete meses de tratamento e, depois de 13 meses, saiu do consultório andando apenas com auxílio de bengala.