Em janeiro de 2024, as nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os 152 centros de saúde da rede pública de Belo Horizonte realizaram 28 mil atendimentos a pacientes com sintomas de dengue, chikungunya e zika — a média é de 903 atendimentos por dia. O número total representa um aumento de 1.172,7% quando comparado aos 2.200 atendimentos realizados no mesmo mês, em 2023. Diferentemente do último ano, em 2024 a capital mineira enfrenta uma epidemia de arboviroses. Isso ocorre quando há 300 casos por 100 mil habitantes.

"Temos monitorado essa procura por atendimento e estamos buscando ampliar cada vez mais essa oferta, avaliando até mesmo abrir outros centros de saúde com atenção especial aos pacientes com sintomas de dengue, e a instalação de unidades provisórias", informou a diretora de atenção primária à saúde e integração do cuidado da capital, Renata Mascarenhas.

Conforme a diretora, a prefeitura reforçou o número de profissionais nas unidades com maior procura, e não descarta novas contratações. "Conseguimos colocar mais médicos, técnicos de enfermagem, e outros. Há uma avaliação contínua do que a gente ainda pode fazer", acrescentou.

Por causa do aumento do número de casos, a Prefeitura de Belo Horizonte inaugurou no dia 1° de fevereiro o Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) na UPA Centro-Sul. Outras duas unidades semelhantes foram instaladas nas Upas do Barreiro e Venda Nova. Em quinze dias, os locais realizaram 4.182 atendimentos. Para garantir assistência aos pacientes, no dia 5 deste mês, o município abriu uma Unidade de Reposição Volêmica (URV), destinada  à hidratação dos doentes. Atualmente, são duas unidades de URV, que, em um intervalo de dez dias, fizeram 244 atendimentos.

"Esses locais fazem parte do nosso plano de enfrentamento às doenças. Esse plano é monitorado diariamente, tanto que algumas das medidas foram tomadas em janeiro, como a abertura dos centros de saúde aos finais de semana", apontou a diretora Renata Mascarenhas.

Os seis centros de saúde, que ficaram abertos durante três finais de semana e na terça-feira de Carnaval (13 de fevereiro), realizaram 2.863 atendimentos. Considerando os sete dias em que eles funcionaram, estes centros de saúde tiveram média de 409 atendimentos por dia. "Os centros de saúde são os lugares em que as pessoas com sintomas, como febre, devem buscar por assistência médica", orienta.

A diretora de atenção primária à saúde e integração do cuidado da capital garante que a prefeitura tem buscado alternativas para oferecer assistência médica à população. No entanto, segundo ela, as unidades de saúde devem continuar cheias até o fim do mês de março, período em que os casos de arboviroses tendem a aumentar na cidade por causa do verão. 

"A dengue é uma doença climática, então, esse cenário tende a continuar. Porém, precisamos lembrar que, além da assistência à saúde, é importante eliminar os focos do mosquito. Temos feito diversas ações de fiscalização, de conscientização nas escolas, mas precisamos do apoio da população. Hoje, 80% dos focos do Aedes aegypti estão nas residências", finaliza. 

Estrutura para atendimento dos pacientes com sintomas de arboviroses em BH

  • Centros de Atendimento às Arboviroses (CAA)

As unidades do Barreiro, Centro-Sul e Venda Nova funcionam todos os dias das 7h às 22h.

  • Unidades de Reposição Volêmica (URV)

As unidades na região Centro-Sul e Venda Nova irão funcionam 24h, todos os dias.

  • Centros de Saúde que abrem aos finais de semana

As unidades Francisco Gomes Barbosa (Barreiro), Vera Cruz (Leste), Aarão Reis (Norte), Betânia (Oeste), São Paulo (Nordeste) e Rio Branco (Venda Nova) funcionam nos sábados e domingos de 7h às 19h. Durante a semana, todos os 152 centros de saúde estão abertos.

  • UPAs

Se necessário, a população também pode buscar por atendimento nas unidades, que funcionam 24h, todos os dias.