A nova era da DC Comics nos cinemas começou, com ninguém menos que o maior herói de todos: Superman. Escrito, produzido e dirigido por James Gunn, o novo longa marca o verdadeiro recomeço do universo compartilhado da editora nas telonas.
Mas, diferente do que geralmente se espera de um reboot, a proposta aqui foi apresentar um cenário vivo, em que o herói já está em ação há três anos, salvando o mundo, inspirando pessoas e enfrentando Lex Luthor (Nicholas Hoult).
Na trama, acompanhamos como uma ação do Super Homem coloca em jogo a diplomacia mundial e a reputação do herói ao parar a invasão que um país aliado americano promovia em território seu vizinho.
Leia também:
+ F1 – O Filme: Uma imersão hollywoodiana no automobilismo
+ Jurassic World: Recomeço – Um reinício desastroso para a franquia
+ Como Treinar o Seu Dragão: live-action acerta ao manter essência da animação original
Um Superman que já está em cena
Partindo da premissa de que todos já conhecem a história de origem de Kal-El, o filme nos coloca num universo bem estabelecido. Aqui, Clark Kent (David Corenswet) mora em Metrópolis, trabalha no Planeta Diário e tem um relacionamento com Lois Lane (Rachel Brosnahan), enquanto Superman atua no mundo inteiro, conquistando sua lista de aliados e inimigos.
Os aliados vêm na forma da Gangue da Justiça: um trio de meta-humanos formados pela Mulher-Gavião (Isabela Merced), o Senhor Incrível (Edi Gathegi) e o Lanterna Verde Guy Garner (Nathan Fillion). Uma equipe que contrapõe com o protagonista, lidando com as ameaças de uma maneira muito menos idealista.
Já sobre os vilões, temos um grande motivador da trama: Lex Luthor. Em uma tentativa de destruir a imagem pública do herói, ele usa a mídia, a política e até ameaças tecnológicas para manchar a reputação do Homem de Aço.
Além de tudo, temos o cão Krypto, a Fortaleza da Solidão, e um mundo que está acostumado com a presença de seres super poderosos, e de ter que lidar com ameaças mortais.
Tom mais leve, fantasioso e cheio de personalidade
Diferente da fase anterior da DC nos cinemas, que iniciou tentando ser mais sombria e “pé no chão”, James Gunn faz o oposto: quer que a nova DC voe. O tom é mais colorido, divertido, exagerado e propositalmente cartunesco — como se os quadrinhos, ou melhor, se a animação da Liga da Justiça ganhasse vida.
Há personagens excêntricos, tecnologias mirabolantes, uma infinidade de referências espalhadas pelo cenário, e até participações especiais que devem empolgar os fãs atentos. Tudo isso sem deixar de lado o coração do Superman: sua compaixão, suas dúvidas e sua luta constante por fazer o certo.
Estilo autoral de Gunn, para o bem ou para o mal
Como já é esperado de uma obra de James Gunn, o filme tem um toque cômico. Mas aqui o humor é mais discreto do que o visto em Guardiões da Galáxia ou O Esquadrão Suicida. O foco está mais no carisma dos personagens e nos momentos leves entre as cenas de ação.
O mesmo pode ser dito das cenas dramáticas, que são pontuadas com sensibilidade e que expõem, de forma marcante, as fragilidades daquele tido como o ser mais poderoso da Terra.
Os efeitos visuais podem dividir o público. Há uma clara intenção de parecer uma animação viva, algo que pode incomodar quem busca realismo. Para encontrar esse estilo diferente, o filme acaba abusando no uso de CGI e de enquadramentos e lentes atípicas para o gênero.
Elenco, roteiro e edição
Quanto às atuações, temos um trio central funciona muito bem: Clark é retratado como um herói que ainda está aprendendo a lidar com o peso de suas decisões; Lois é perspicaz, determinada e bem mais ativa na trama; e Lex Luthor é puro ressentimento, movido por inveja e desejo de controle, um vilão manipulador e bem interpretado.
O mesmo vale para o ritmo acelerado da narrativa: como o filme não explica a origem do herói, diversos personagens são apresentados rapidamente, e subtramas surgem em sequência. Em certos momentos, o roteiro abandona a regra do “mostrar, não contar”, optando por diálogos expositivos que ajudam os novatos, mas talvez frustrem os mais atentos.
Ainda assim, o resultado geral é coeso, divertido e conduzido com energia , que é ajudado também por uma trilha sonora emocionante, que homenageia o tema clássico de John Williams e evoca aquela sensação de grandiosidade que o Superman merece.
Superman tem cena pós-créditos?
Sim, e são duas. No mesmo esquema de diversos filmes de super heróis, você vai encontrar uma cena logo após aqueles créditos mais estilizados, e uma segunda que vem ao final de tudo.
Sem dar spoilers, vale dizer que quem não quiser ou não puder esperar, não são cenas que dão pistas sobre o futuro. Esse tipo de referência está, na verdade, espalhado ao longo do próprio filme.
Vale a pena assistir Superman no cinema?
Com certeza. Superman não é uma revolução, mas é um ótimo começo para o novo universo da DC. Um filme que não tem medo de ser quadrinho, que abraça o lado lúdico da fantasia, e que traz de volta o que o personagem sempre representou: um símbolo de esperança.
Se você gosta do herói, ou se está curioso para saber como será a DC comandada por James Gunn, vale muito a ida ao cinema.
Conteúdo relacionado:
+ Colorido, humano e pronto para os novos tempos: Superman de James Gunn é o que o mundo precisa
+ Novo 'Superman' retoma herói altruísta da década de 1970
+ O que acontece na cena pós-créditos de Superman; filme estreia nesta quinta
+ Saiba por que o Super-Homem e outros heróis usam cueca por cima do uniforme
+ Novo 'Superman' trata de imigração, dilemas morais e valor da bondade, diz James Gunn
Confira também nossa análise em vídeo: