A história por trás do Projeto Manhattan

Oppenheimer, último filme de Christopher Nolan, retrata a vida e o legado de J. Robert Oppenheimer, o físico teórico conhecido como o "pai da bomba atômica". Inspirada pelo livro Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano (Kai Bird e Martin J. Sherwin. 2005), a trama acompanha os eventos que levaram à criação da arma mais devastadora da história, e as consequências pessoais, políticas e morais que se seguiram.

O longa mescla biografia histórica com drama jurídico, acompanhando dois períodos principais: os bastidores do Projeto Manhattan, nos anos 1940, e a repercussão política e legal das ações de Oppenheimer, nos anos 1950.

 

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Elenco de peso e atuações marcantes

Cillian Murphy, em uma atuação magistral, conduz a história do filme, entregando uma performance contida, profunda e complexa, lidando tanto com seu fascínio pela descoberta dessa nova tecnologia, quanto com seus dilemas morais com o desdobramento do projeto e até mesmo de suas relações pessoais.

Com diálogos muito bem escritos, ainda temos um elenco recheado de estrelas, como Robert Downey Jr., Emily Blunt, Florence Pugh, Matt Damon e uma infinidade de participações de apoio, que dão vida às múltiplas facetas desse drama.

Um espetáculo técnico digno do cinema

Se tem uma coisa que Nolan sabe fazer, é cinema para ser visto na melhor tela possível. Em Oppenheimer, ele leva isso ao extremo. O trabalho de som, trilha sonora, edição e efeitos visuais é absolutamente primoroso. 

As cenas de explosões, por exemplo, impressionam não por um espetáculo exagerado, mas pela forma como são construídas na sutileza, envoltos de muita tensão e impacto no espectador.

A trilha de Ludwig Göransson é pulsante, criando atmosfera sem exageros. Já a montagem, com idas e vindas temporais, exige atenção, mas recompensa o espectador com um ritmo fluido.

Nolan acerta, mas ainda tem velhos vícios

Apesar da grandiosidade, o filme não é isento de críticas. Um dos pontos recorrentes na carreira de Nolan se repete aqui: a fragilidade na construção de personagens femininas. Tanto Emily Blunt quanto Florence Pugh entregam boas atuações, mas com personagens que poderiam ter sido melhor exploradas.

Além disso, a estrutura fragmentada da narrativa (alternando entre décadas e dezenas de personagens) pode deixar o espectador perdido, especialmente quem não está familiarizado com o contexto histórico ou científico.

Também é fato que o ritmo cai após o acontecimento da bomba em si, dando uma cara de epílogo extenso à última meia hora de um filme já longo, com suas três horas de duração. 

Fenômeno “Barbenheimer”

Um ponto curioso em 2023 foi o lançamento simultâneo de dois filmes muito antecipados, mas completamente opostos: Oppenheimer e Barbie (de Greta Gerwig). Em um tempo de opiniões bastante polarizadas, era de se esperar que isso pudesse se tornar uma guerra online entre os fãs de cada filme.

Porém, essa diferença gritante na verdade atraiu os dois lados em uma nova legião de fãs, criando o meme “Barbenheimer”. Esse fenômeno viral foi amplamente abraçado e explorado no marketing das duas produções, resultando no impulsionamento de venda de ingressos no mês de julho de 2023.

Ao todo, Oppenheimer arrecadou 953,8 milhões de dólares em bilheteria, se tornando o longa sem Batman mais rentável de Christopher Nolan até hoje.

Vencedor do Oscar e sucesso nas demais premiações

Todo o esforço de Nolan e de sua equipe foram reconhecidos com uma temporada de premiações totalmente favorável ao filme. Ao todo Oppenheimer levou 7 das 13 estatuetas que disputou no Oscar e no BAFTA: melhor filme, direção, ator principal (Cillian Murphy), ator coadjuvante (Robert Downey Jr.), cinematografia, edição e trilha sonora.

O longa, o diretor, Murphy e Downey Jr. ainda receberam os principais prêmios no Globo de Ouro, Critics’ Choice (exceto ator principal), Satelite (exceto ator coadjuvante) e dos sindicatos de atores (SAG), diretores (DGA) e produtores (PGA).

Vale a pena?

Sem dúvida. Oppenheimer é uma obra intensa, politicamente carregada e tecnicamente impecável. Exige atenção, mas recompensa com uma experiência cinematográfica rica e provocadora.

Se você curte filmes históricos, dramas intensos ou simplesmente quer ver Christopher Nolan no auge, essa é uma escolha certeira. Mas vá preparado: não é um filme para distração, e sim para imersão.

Onde assistir Oppenheimer?

Oppenheimer acaba de estrear no catálogo da Netflix.

 

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