A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) criticou uma possível destinação do Fundo Estadual da Habitação (FEH) para custear as ações da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab) no próximo ano. A intenção foi levantada nos debates sobre o orçamento de 2025, que tramita ainda na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Bella destaca que a empresa, responsável pela política habitacional no Estado, não faz moradias, “foram apenas 89 no ano”, e que o fundo, com verbas de quase R$ 17 milhões, tem que ser utilizado exclusivamente para a criação de residências.  

“Eles entregaram no ano passado apenas 89 moradias. Em um Estado com 853 municípios e o segundo maior déficit habitacional do Brasil, com 556 mil famílias sem casa e temos uma companhia de habitação que não constrói casa. Eles fizeram uma proposta de usar o fundo para sustentar suas atividades. Mas que atividades são essas, se eles não constroem casas e não fazem regularização fundiária. A Cohab virou um cabide de emprego e acabar com o fundo para sustentar isso nós não aceitamos”, disse a parlamentar.

Bella Gonçalves foi a entrevistada nesta segunda-feira (16 de dezembro) no quadro Café com Política da FM O TEMPO 91,7. A parlamentar ainda defendeu que a companhia repasse os terrenos que estão sob sua propriedade para que movimentos sociais construam moradias populares utilizando recursos do Fundo de Habitação ou buscando recursos federais no programa Minha Casa Minha Vida.

“Minha Casa Minha Vida voltou, temos um volume vultuoso de recursos do governo federal que podem vir para Minas Gerais e o Estado (governo) ainda não fez nenhuma conversa com o governo federal sobre isso. Nós não permitimos acabar com o Fundo de Habtiação e queremos discutir o custeio da Cohab no ano que vem, mas custear para que ela justifique a sua razão de existir, que é construir casas”, destaca.

A entrevista foi concedida aos jornalistas Thalita Marinho e Flávio Souza.