Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram, com unanimidade, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada pela Prefeitura de BH em maio deste ano.  A LDO é uma espécie de referência para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser enviada pela PBH e votada na Câmara Municipal em dezembro deste ano. 

Segundo o líder de governo, o vereador Bruno Miranda (PDT), todas as emendas apresentadas foram aprovadas com unanimidade porque houve uma conversa com os vereadores sobre o que era viável para a PBH e o que não teria como cumprir. Após um acordo de líderes, a votação foi realizada de forma tranquila. 

“Houve um acordo com os líderes para que a maioria das emendas fosse aprovada, mas algumas emendas a gente entendia, com pronto de vista técnico do governo, que não poderia avançar, e os vereadores retiraram as emendas de tramitação e a gente conseguiu contemplar o desejo da maioria dos vereadores, que é de aprovação do texto da comissão de orçamento e das emendas”, destacou Bruno Miranda. 

A votação em plenário reforçou o clima ameno que tomou conta da Casa nos últimos tempos, após cerca de 8 meses sem que o prefeito Fuad Noman (PSD) e o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), conversassem. Vereadores de oposição, base e independentes destacaram à reportagem que a expectativa é que a relação entre os parlamentares e a prefeitura continue tranquilo até o fim desta legislatura. 

“A gente tem tido nesses últimos meses um clima bem mais ameno, bem mais tranquilo, de diálogo e conversa. Acho que o que aconteceu ficou para trás. A gente teve um problema de entendimento, um problema político, mas agora a gente tem que olhar para frente e caminhar”, afirmou o líder de governo. 

O que tem na LDO

Segundo o texto da LDO enviado para análise dos vereadores, em 2025 o déficit primário previsto será de R$ 77,5 milhões. Para o ano que vem, a prefeitura espera arrecadar cerca de R$ 17,83 bilhões e ter despesas em torno de R$ 17,91 bilhões, incluindo a projeção de gastos realizados com o pagamento dos chamados “restos a pagar”.

As projeções foram feitas após revisões do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para os anos de 2025 a 2027, que prevê alta de 10,7% nas receitas e de 11,2% nas despesas nos próximos três anos.


No entanto, o subsecretário municipal de Planejamento e Orçamento, Bruno Passeli, afirmou que o déficit primário não significa que vai faltar dinheiro para que a administração municipal funcione. “Nessa conta não são consideradas as receitas financeiras, que vêm tanto do rendimento de aplicações como de operações financeiras. Esse valor pode ser utilizado pelo governo para as contas cotidianas do governo”, explicou Passeli à reportagem em maio, quando o texto foi enviado à Câmara.