Com apenas uma secretária entre 16 homens, Contagem, a maior cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, pode ampliar a presença feminina no secretariado após aprovação da reforma administrativa na Câmara Municipal. Aprovado em segundo turno na terça-feira (11), o projeto amplia o número de secretarias para 23. A prefeitura tinha adiantado a O TEMPO, no mês passado, que quatro delas seriam lideradas por mulheres. A informação foi confirmada pela gestão na terça.

Com a mudança, Contagem deixaria de ser a cidade com a menor representação feminina no secretariado entre as oito maiores cidades de Minas. Curiosamente, esta é uma das três governadas por uma prefeita, a petista Marília Campos. Atualmente, a única secretaria comandada por uma mulher é a Secretaria Municipal de Defesa Social, liderada por Viviane França.

Com isso, apenas 5,8% das secretarias em Contagem são comandadas por mulheres, proporção que deve subir para 21,7%. O levantamento não inclui cargos como presidências e diretorias de autarquias, nem os comandos da Procuradoria-Geral e Controladoria-Geral.

De acordo com a prefeitura, as quatro nova mulheres que irão liderar pastas na cidade são: a arquiteta e urbanista Mônica Bedê, a vereadora do Republicanos Daisy Silva, a antiga administradora da regional Industrial Renata Gomes de Paula, e a superintendente de Juventudes, Camilla Marques, que ficou como suplente de vereador pelo PT nas últimas eleições e é filha do ex-vereador Obelino Marques.

A pasta que será comandada por Mônica Bedê será a Secretaria de Habitação, um desmembramento da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação. Desmembrada da Secretaria de Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar, foi criada também a Secretaria de Trabalho e Renda, que será liderada por Daisy Silva.

A Secretaria de Obras se dividirá em uma outra secretaria, responsável pelos serviços de manutenção, limpeza urbana e pequenas intervenções, tendo como sua secretária Renata Gomes de Paula. Já a Secretaria da Mulher e da Juventude ficará no comando de Camilla Marques. A pauta fazia parte da estrutura da Secretaria de Direitos Humanos. 

A prefeitura argumenta que "a reorganização da estrutura administrativa nesta nova gestão busca aumentar a capacidade de governança da Prefeitura, com políticas públicas elaboradas com excelência e maior rapidez, melhorando a qualidade de vida dos moradores de Contagem".

Já os desmembramentos teriam o "intuito de ampliar o atendimento nessas áreas estratégicas, dando o alcance necessário a elas".

A proposta aprovada na terça também cria 1.607 cargos em diversos níveis da administração pública. No total, o impacto financeiro será de R$ 22 milhões anuais para a cidade. A gestão afirmou, em nota enviada à reportagem, que "é importante ressaltar que a reforma administrativa não compromete a organização financeira da cidade, mantendo-a, uma vez que os limites da Responsabilidade Fiscal continuarão sendo respeitados".

Demais secretarias

As outras duas novas secretarias a serem criadas são a Secretaria-Geral, que será chefiada por Fernando Lopes; e a Secretaria de Licitações e Parcerias, que terá Grijalva Duarte no comando.

A Secretaria-Geral é a única "inédita", ou seja, que não fazia parte da estrutura do governo anteriormente. Segundo a prefeitura, ela ficará responsável pelo monitoramento e acompanhamento do conjunto das intervenções do governo.

Sendo assim, conforme a administração municipal, a organização estrutural da gestão da prefeitura fica dividida em seis órgãos para assessoramento direto, sendo elas: Chefia de Gabinete, Secretaria de Governo e Participação Popular, Secretaria-Geral, Secretaria de Comunicação, Procuradoria-Geral e Controladoria-Geral. Também cinco órgãos de gestão, sendo eles: Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Fazenda, Secretaria de Administração, Secretaria de Tecnologia da Informação e Secretaria de Licitação e Contratos. 

Ainda, quinze órgãos de execução finalística, sendo eles: Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde, Secretaria de Defesa Social, Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Secretaria de Habitação, Secretaria de Obras, Secretaria de Serviços Urbanos, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Trabalho e Geração de Renda, Secretaria de Esporte e Lazer, Secretaria de Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar, Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, Secretaria de Cultura e Secretaria da Mulher e da Juventudes.

Por fim, uma fundação, a Fundação de Ensino de Contagem (Funec) e duas autarquias, a Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes (Transcon) e a Autarquia Municipal de Parques e Praças de Contagem (Parc). Portanto, um total de 29 estruturas após a reforma administrativa. Dessas, oito mulheres estão à frente, o que representa uma proporção de 27,5%.