Com a decisão do diretório nacional do Cidadania, no domingo (16 de março), de deixar a federação partidária com o PSDB, a sigla já se articula para os próximos passos. A O TEMPO, o presidente do partido em Minas Gerais, deputado estadual João Vitor Xavier, celebrou o rompimento e reforçou que a posição da legenda no Estado é seguir de forma independente nas eleições do ano que vem, sem integrar novas federações.
Segundo o dirigente, a decisão de domingo “muda muito o cenário”. “O partido recupera sua autonomia e liberdade de ação”, afirmou à reportagem. Para ele, a federação fez “muito mal” ao Cidadania nas últimas duas eleições, e o rompimento agora permite que a sigla tome suas próprias decisões e planeje seus próximos passos com mais independência.
Ainda de acordo com Xavier, o partido não definiu no último encontro se disputará a eleição de forma independente ou se integrará uma nova federação. No âmbito estadual, porém, há uma visão definida: “nossa posição em Minas é que não tenha nenhum tipo de federação. A gente entende que o melhor caminho para o partido é ir sozinho para a eleição”, afirmou.
O dirigente avalia que o Estado tem um peso importante nessa decisão. “Minas é o segundo Estado mais importante em termos de volume de pessoas no diretório na direção nacional do partido. E Minas foi superimportante na eleição de Comte (Bittencourt, presidente nacional do Cidadania), que foi um passo fundamental para acabar com essa federação, porque a vontade do Roberto (Freire, presidente nacional do Cidadania de janeiro de 1992 a setembro de 2023) era a fusão”, disse.
A expectativa é que, até o final de abril, seja definido um calendário estabelecendo o prazo para que o partido tome uma decisão e realize as articulações necessárias sobre seguir sozinho ou com algum partido em 2026.
Procurado, o presidente estadual do PSDB, deputado federal Paulo Abi-Ackel, afirmou que a decisão “não muda nada” para o partido. Os tucanos já vêm se articulando publicamente desde o início do ano para formar uma nova aliança. Em fevereiro, reuniram-se com líderes do MDB e, na semana passada, com representantes do Republicanos.
Segundo o presidente nacional do Cidadania, o rompimento da aliança entre os partidos será oficializada apenas no próximo ano, quando a legislação permite que a união seja dissolvida. Pela lei, partidos unidos por meio de uma federação partidária devem permanecer juntos por, no mínimo, quatro anos.