BRASÍLIA - O diretório nacional do Cidadania decidiu neste domingo (16) que deixará a federação partidária formada pela sigla e pelo PSDB. A decisão foi aprovada, por unanimidade, em votação que reuniu dirigentes partidários do Cidadania, em Brasília. No último dia 19 de fevereiro, a Executiva Nacional - instância inferior - já havia decidido não renovar a federação.
Segundo o presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, o rompimento da aliança entre os partidos deve ser oficializado apenas no ano que vem. Pela lei, partidos unidos por meio de uma federação partidária devem permanecer juntos por, no mínimo, quatro anos.
Mas o dirigente adiantou que a sigla já vai intensificar a negociação de alianças com outras legendas. A união com o PSDB, em 2022, provocou um 'racha' dentro do partido.
Nas eleições de 2022, apesar de não ser unanimidade, a federação PSDB-Cidadania apoiou oficialmente a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência. Eles conseguiram eleger 18 deputados federais e superaram a cláusula de desempenho.
Mas as divergências entre os dois partidos se intensificaram e atingiram o ápice nas eleições municipais de 2024. Pelas regras das federações, os partidos precisam atuar como um só e definir candidatos únicos para, por exemplo, cargos majoritários como prefeitos.
A união entre as siglas surgiu para enfrentar o endurecimento da cláusula de barreira, uma regra que condiciona repasses de verbas do fundo partidário e de tempo de propaganda em TV e rádio ao desempenho eleitoral.
Em caso de descumprimento da regra, o partido que deixou a federação pode ser impedido de entrar em novas federações e formar coligações em eleições majoritárias, além de bloquear repasses do fundo partidário — verba pública repassada mensalmente às siglas para custear despesas de manutenção.
Já o PSDB tem negociado alianças com diversas legendas, enquanto enfrenta um processo de debandada no partido.