O prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho (Avante), declarou que não se arrepende de ter gravado e publicado nas redes sociais o momento em que demitiu um médico durante uma vistoria na UPA São Benedito, em janeiro deste ano. Na época, a ação viralizou e gerou críticas de entidades médicas. “É o meu perfil ir a campo. Pelo menos duas vezes por semana eu visito as minhas UPAs, vou em horários alternados.  Acho que o gestor precisa sentir a dor da população”, afirmou, em entrevista ao programa Café com Política, do jornal O TEMPO.

Na ocasião, segundo Bigodinho, o médico teria se recusado a atender pacientes enquanto a unidade enfrentava alta demanda. O prefeito explicou que o contrato da empresa terceirizada não especifica distinção entre médicos para urgência e porta de entrada, e, portanto, o profissional deveria atender. “Eu entendo que ele poderia, sim, ter feito atendimento na porta. Ele não quis atender e a gente entendeu que precisaria ser substituído”, justificou.

Emergência respiratória em Santa Luzia

O prefeito também comentou sobre o aumento expressivo de casos de doenças respiratórias na cidade. “Nós identificamos nas últimas semanas um aumento de 80% no número de casos ligados a esse tipo de doença e ficamos muito preocupados. Nós começamos a perceber o aumento da demanda das nossas UPAs, a UPA São Benedito, por exemplo, tem vivido constantemente cheia mesmo com nosso quadro médico completo. E aí a gente começou a fazer um estudo e percebemos que o aumento desse ano está muito maior do que nos últimos anos”, disse.

Para enfrentar a situação, Santa Luzia decretou estado de emergência, o que, segundo Bigodinho, permite acelerar a contratação de pessoal e a compra de insumos. “Todos os medicamentos a gente, os insumos gente tem, os médicos a gente tem. Só que a entende que pode agravar a situação. Então, tem que estar preparado para se precisar contratar mais médico”, explicou.

Entre as ações, a prefeitura ampliou em dez o número de leitos infantis e vai estender o horário de funcionamento de unidades básicas de saúde até 21h. “A gente tem falado constantemente que as pessoas procurem os postos antes de procurar as UPAs, porque os nossos postos também tem uma equipe completa para atender essas pessoas que estão com a gripe moderada, mas elas vão direto para as UPAs”, recomendou.

Entrevista concedida à jornalista Letícia Fontes