BRASÍLIA - Os candidatos à presidência do PT divulgaram nesta segunda-feira (16) um manifesto que pede ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com o governo de Israel, comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Intitulado de "Em defesa do povo palestino", o texto, proposto por Rui Falcão, foi endossado por Edinho Silva, Romênio Pereira e Valter Pomar, que disputam a eleição que definirá o novo presidente do partido, no dia 6 de julho.
“Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há 20 meses, e agora pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense. São crianças, um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia”, diz o texto.
No manifesto, os candidatos lembram que, apesar da declaração feita por Lula em 5 de junho, na qual classificou a ofensiva de Israel em Gaza como "genocídio premeditado", "as Forças Armadas brasileiras continuam se abastecendo no complexo industrial-militar de Israel, um Estado beligerante, como se isso fosse normal".
A moção cita também a morte de civis palestinos, o bloqueio à Faixa de Gaza e diz que Netanyahu é acusado de crimes de guerra até por ex-embaixadores israelenses.
"O seu mais recente crime de guerra foi apreensão de uma embarcação civil que se dirigia a Gaza, com finalidade exclusivamente humanitária, em águas internacionais, o que configura grave violação aos tratados internacionais – um cidadão brasileiro estava nela, Tiago Ávila, tem a nossa solidariedade", destaca o grupo.
Além disso, a carta defende a suspensão imediata das relações com o governo de Netanyahu, “em consonância com os compromissos históricos do PT”, e expressa apoio à nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), divulgada no dia 6 de junho. Na ocasião, o CNDH solicitou ao Itamaraty o rompimento dos laços diplomáticos com Israel e a revisão de acordos comerciais, especialmente, os relacionados à compra de armamentos.