O vereador de Belo Horizonte Uner Augusto (PL) considerou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra os deputados federal Nikolas Ferreira (PL) e estadual Bruno Engler (PL), de uma “campanha de desinformação” contra o ex-prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman, como mais um caso de perseguição a políticos de direita no país. Para o vereador, se houver uma análise concreta da ação, não será identificado conteúdo difamatório ou fake news nos conteúdos divulgados pelos liberais durante as eleições de 2024. Uner falou sobre o tema durante entrevista ao programa Café com Política, exibido no YouTube de O TEMPO nesta terça-feira (15 de julho).

Conforme a denúncia do MPMG, um grupo formado por Engler, que concorreu às eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte no ano passado, pela candidata a vice-prefeita na chapa, Coronel Cláudia Romualdo (PL), e outros parlamentares do Partido Liberal - entre eles o deputado federal Nikolas Ferreira e a deputada estadual Delegada Sheila - teria disseminado informações inverídicas contra o então candidato à reeleição para prefeito.

O MPMG considerou a ação como uma “campanha sistemática de desinformação”, que teria operado em duas frentes: exploração de trechos descontextualizados de obra literária de autoria do candidato e falsa imputação de responsabilidade por suposta exposição de crianças a conteúdo impróprio durante um festival internacional de quadrinhos organizado pela prefeitura.

Conforme o vereador Uner Augusto, a expectativa é que a denúncia não seja recebida pelo Poder Judiciário. Para ele, o deputado federal Nikolas Ferreira vem sofrendo condenações “injustas”.

“Imagina se, em um debate político, você não puder utilizar as próprias palavras que o seu oponente disse? Nesse caso, não disse, mas escreveu. Fica difícil você comunicar aos seus eleitores até mesmo o que está em debate, o que está em jogo nessa eleição. Todo esse conteúdo que é trazido na denúncia, pelo menos na minha visão, desvirtua bastante o que foi colocado”, defende o parlamentar.

Para o vereador, se houver uma análise concreta da ação, não será identificado conteúdo difamatório ou fake news nos conteúdos divulgados pelos liberais durante o pleito de 2024. Ele afirma que, se a situação se invertesse e Bruno Engler tivesse escrito um livro do tipo, ele seria ainda mais atacado por ser um candidato da direita.

“Imagina se esse livro tivesse sido escrito, por exemplo, pelo candidato Bruno Engler ou por um outro candidato da direita. O que não teria sido feito à época pelos seus opositores? E qual teria sido o papel do Ministério Público e, eventualmente, do Tribunal, diante de uma eventual denúncia? É isso que a gente, às vezes, acha que é injusto. Algumas pessoas podem dizer mais do que outras. Parece que o direito à liberdade de expressão está dividido”, diz. “Sempre há uma punição muito rigorosa, uma perseguição atroz a esses políticos de direita, enquanto outros, nós vemos que não sofrem e não são perseguidos com essa gravidade”, argumenta o vereador.