O deputado estadual Carlos Henrique (Republicanos) defendeu, em entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta terça-feira (29/7) no canal de O TEMPO no YouTube, a união da direita na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026. Segundo o parlamentar, o momento exige maturidade e desprendimento para que não se abra espaço à retomada da esquerda no comando do Executivo estadual.

Além do senador Cleitinho (Republicanos), a direita tem como possíveis candidatos o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL). O PL, no entanto, conforme já publicado por O TEMPO, tenta uma aliança com Cleitinho para que Nikolas dispute novamente uma cadeira na Câmara dos Deputados, na expectativa de que ele seja um puxador de votos para a legenda.

Ao comentar as eventuais candidaturas da direita, Carlos Henrique afirmou que não é hora de antecipar decisões. Para ele, o melhor nome será aquele que estiver mais bem colocado nas pesquisas. “O que nós não podemos permitir é que a direita venha a se dividir”, disse.

O parlamentar ressaltou ainda que o foco atual do Republicanos é construir uma base sólida e um projeto político para o Estado, sem disputas personalistas ou vaidades partidárias. Segundo ele, o eleitor será o responsável por definir os rumos da candidatura do partido: “Quem vai posicionar a condição do Cleitinho será o eleitor”, declarou.

Carlos Henrique reconhece, no entanto, que o Republicanos pode tanto lançar cabeça de chapa quanto compor alianças, indicando um nome para vice ou para o Senado. “A política é um infindável momento de negociações, de conversas e de diálogos”, afirmou.

Eleições presidenciais

No cenário nacional, o deputado avalia que o governador Romeu Zema (Novo) tem condições de disputar a Presidência da República no pleito do próximo ano, mas cita o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o favorito para brigar pelo Palácio do Planalto no campo da direita.

Para Carlos Henrique, não é momento de pressa. Segundo ele, "a política nacional exige articulações amplas". Ele ressalta ainda que acordos entre partidos no âmbito nacional podem impactar diretamente a articulação local em Minas. “A definição do candidato à Presidência exige diálogo entre os partidos aliados”, ponderou.

Sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deverá disputar a reeleição, o deputado disse que o chefe do Poder Executivo federal é o responsável pela crise com os Estados Unidos, causada pelo tarifaço criado pelo país sobre importações brasileiras, que deverá entrar em vigor na sexta-feira (1/8).

Para o parlamentar, a sanção americana foi consequência da postura do governo Lula, que, segundo ele, adotou "um alinhamento político hostil" ao Ocidente ao se aproximar, de acordo com sua avaliação, "de regimes autoritários" e propor a criação de uma moeda para rivalizar com o dólar.

Ele criticou ainda a condução da política externa pelo governo federal e a ausência de diálogo com o governo de Donald Trump. Segundo o deputado, diante da inação da diplomacia brasileira, Eduardo Bolsonaro foi quem acabou assumindo o papel de articulação no exterior.

Eleições Municipais

Sobre o cenário local, ao relembrar a campanha municipal de 2024, em Belo Horizonte, o deputado fez críticas à articulação política da candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos). Para ele, faltou uma frente ampla de apoio, apesar de a campanha ter reunido nomes como o do ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (sem partido), e o do governador Romeu Zema. "Água e óleo não se misturam", analisou. O ex-prefeito e o governador se enfrentaram na eleição para o Palácio Tiradentes em 2022, com Zema vencendo no primeiro turno, em campanha recheada de ataques entre ambos.