Cotado como candidato ao governo de Minas Gerais, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) promete fazer a interlocução entre o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a indústria de ferro-gusa para buscar saídas para o tarifaço dos Estados Unidos. Cinco siderúrgicas produtoras de ferro-gusa, matéria prima do aço produzido pelo país norte-americano, paralisaram ou paralisarão as atividades no Estado.
Às vésperas de um encontro entre o governador Romeu Zema (Novo) e empresários na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Pacheco recebeu o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Cançado, e uma comitiva de empresários da indústria de ferro-gusa nesta terça-feira (29/7), em Brasília.
Correligionário de Pacheco, o ex-deputado estadual e prefeito de Sete Lagoas, região Central, Douglas Melo (PSD), também integrou a comitiva a Brasília. A cidade abriga siderúrgicas como a Multifer e a Sama Siderurgia, que desligará o alto-forno, sem previsão de retorno, nesta quarta. Dos 150 funcionários da empresa, entre cem e 120 serão colocados em licença.
O ferro-gusa não está entre os produtos do Brasil que podem ter tarifa zero citados pelo secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. Em entrevista à CNBC Internacional nesta mesma terça, Lutnick admitiu que o café, o cacau, a manga e o abacaxi, não cultivados em solo norte-americano, poderiam ser isentados da sobretaxa de 50%.
Pacheco prometeu a interlocução com o governo Lula não só a respeito dos impactos do tarifaço sobre a indústria de ferro-gusa, mas, também, sobre os demais setores. “Vou cuidar, nos próximos dias, das reuniões necessárias com o presidente Lula, com o vice-presidente Geraldo Alckmin, para dar esse encaminhamento em nome de Minas Gerais e da economia de Minas”, disse.
Ministro do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços, Alckmin foi destacado por Lula para assumir a interlocução com o setor produtivo nacional. O vice-presidente da República receberá governadores no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (30/7), às 9h, para discutir o impacto da sobretaxa, prevista para entrar em vigor a partir da próxima sexta (1º/8).
Zema não irá à reunião com Alckmin. Em entrevista ao UOL nesta terça, o governador atribuiu a ausência a compromissos previamente marcados em Belo Horizonte. “Essa reunião vai ser amanhã cedo, foi marcada um pouco em cima da hora e eu já tenho compromissos em Belo Horizonte que não consigo alterar. Eu vou mandar um representante, porque o assunto é muito relevante”, disse.
A reunião entre Zema e empresários e lideranças setoriais na sede da Fiemg, cujo tema é justamente os impactos do tarifaço sobre a indústria de Minas Gerais, está prevista para 16h. O TEMPO questionou ao Palácio Tiradentes quem será o representante no encontro com Alckmin e aguarda retorno. O espaço segue aberto.
*Com informações de Gabriel Rodrigues.