Ao som da música em inglês Goodness of God, da cantora cristã e pastora norte-americana Jenn Johnson, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), entrou no palco do Amcham Business Center, na zona Sul de São Paulo para se apresentar oficialmente como pré-candidato à Presidência da República. O encontro, que acontece até o fim da tarde, reuniu apoiadores e lideranças políticas do Novo, entre elas o senador Eduardo Girão, o deputado federal Marcelo van Hattem e o vice-governador Mateus Simões.
Em pouco mais de vinte minutos, Zema prometeu livrar o Brasil do ‘lulismo’, pediu que o Brasil saísse dos Brics e falou de ‘abusos’ e ‘perseguições’ do ministro Alexandre de Moraes (STF), sem, no entanto, citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta um julgamento na Corte por tentativa de Golpe de Estado.
Zema iniciou sua fala relatando uma infância difícil em Araxá, no Alto Paranaíba, e o sonho de conhecer o circo. Ele contou que combinou com o pai que, se pegasse os ratos que ‘incomodavam’ a casa de 40 m² da família, ele o levaria ao circo. “Montamos as ratoeiras e no mesmo dia pegamos três ratos, e fui mostrar pra ele e dizer que tinha que ir três vezes ao circo”, contou.
O agora pré-candidato à Presidência também contou que foi empreendedor até os 53 anos e só resolveu entrar na política em 2015, após os ‘desastres’ dos governos Dilma Rousseff (PT), em 2014, e de Fernando Pimentel (PT) no governo de Minas. “Antes de aceitar, fui atrás de uma psicóloga para me dar um atestado de saúde mental. Mas, em 2018, mais de 70% dos que votaram comigo tiveram essa mesma alucinação que eu”, disse. “Pegamos um estado arruinado, salários atrasados, dívidas de R$ 30 bilhões vencidas, outros R$ 100 bilhões da União, escolas desmoronando, sem combustível para a polícia rodar”, afirmou.
Na área da segurança pública, onde Zema tem enfrentado protestos frequentes dos servidores em busca de recomposição salarial, o candidato se disse “orgulhoso” de que Minas Gerais “não tem um beco onde nossa polícia não entra”. Na sequência, Zema diz que, quando chegou ao governo, o estado “era uma festa para o novo cangaço. Mas, em 2021, acertamos as contas com ele em Varginha (no Sul de Minas) e nunca mais eles entraram em Minas Gerais”. A citação é uma referência se refere a uma ação das Polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar (PM) que terminou com 26 mortes. O episódio ficou conhecido como a ‘chacina de Varginha’.
Zema também elencou o que, segundo ele, seriam os três inimigos do Brasil: “Lulismo, parasitas do Estado e facções criminosas”. “São 23 milhões de pessoas que vivem sob a tirania das facções, pagando mais caro pela energia, pela água, pelo gás”, disse. E prosseguiu: “A ocupação armada de território, como acontece no Brasil, é considerada terrorismo”.
Romeu Zema também fez críticas aos gastos com o Judiciário, aposentadorias e pensões especiais, que, segundo ele, “ultrapassam os R$ 100 bi” e chamou de ‘idiotice’ a política do PT de crescer “à base de anabolizante”.
Por fim, o pré-candidato disse que chegaria a Brasília “para acabar com os abusos e perseguições do Alexandre de Moraes”, reclamou das relações do Brasil com as “nações que se opõem a nosso valores ocidentais” e gritou: “Sai do Bric, Brasil!”. Zema também prometeu libertar o Brasil do lulismo “nas urnas”.
Participações
O evento, realizado na Amcham Business, em São Paulo está programado para acontecer das 10h às 18h. Participam do evento o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, seguido da deputada federal Adriana Ventura (SP), do senador Eduardo Girão (CE), e do deputado federal Marcelo van Hattem (RS).
Na parte da tarde, após o discurso de Romeu Zema, falam o secretário de Segurança de Minas Gerais, Rogério Greco, o embaixador do novo, Deltan Dallagnol, o ex-ministro e deputado federal Ricardo Salles (SP) e o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho.