O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou pesar pela morte do jornalista Mino Carta, fundador da revista "CartaCapital", ocorrida nesta terça-feira (2/9). O jornalista faleceu aos 91 anos. Em homenagem, o presidente decretou três dias de luto oficial no país.
"Se hoje vivemos em uma democracia sólida, se hoje nossas instituições conseguem vencer as ameaças autoritárias, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista, às publicações que dirigiu e aos profissionais que ele formou", afirma Lula em sua mensagem.
O presidente recordou sua relação de quase cinco décadas com o jornalista. "Conheci Mino há quase cinquenta anos, quando ele, pela primeira vez, deu destaque nas revistas semanais para as lutas que nós, trabalhadores reunidos no movimento sindical, estávamos fazendo". "Foi ele quem abriu espaço para minha primeira capa de revista", lembra.
Lula também destacou a atuação de Mino durante o regime militar. "Em meio ao autoritarismo do regime militar, as publicações que dirigia denunciavam o abuso dos poderosos e traziam a voz daqueles que clamavam pela liberdade", diz o presidente.
O vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou a trajetória profissional do jornalista. "Mino Carta dedicou toda sua vida à criação e ao desenvolvimento de publicações que fizeram história na imprensa brasileira, dando voz à defesa dos valores democráticos", destaca Alckmin, mencionando o papel de Mino na criação das revistas "Veja" (1968), "IstoÉ" (1976) e "CartaCapital" (1994).
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a trajetória de Mino foi "guiada por princípios firmes, pela fidelidade aos fatos e pelo espírito crítico, merece reverência". Já o ministro da Educação, Camilo Santana, expressou o desejo de que o "legado imenso no jornalismo brasileiro e o amor no exercício da profissão sigam inspirando" as novas gerações.
No Congresso Nacional, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) lamentou a perda de "Um Jornalista que fará muita falta nesses tempos em que a desinformação e a manipulação ganham espaço, quando a corrida pelo like fácil preside as preocupações". Ele acrescenta que Mino "Deixa um enorme legado."
José Guimarães, líder do governo na Câmara e deputado pelo PT-CE, destaca que "Sua coragem, inteligência e compromisso com a verdade marcaram gerações e deixaram um legado que jamais será esquecido". A deputada Talíria Petrone (PSOL) descreve Mino como "um gigante do jornalismo brasileiro, que ousou enfrentar poderosos e dar voz ao que a imprensa tradicional silenciava". Ela conclui: "Seguiremos lembrando que comunicação também é trincheira de resistência. Obrigada, Mino, por abrir caminhos".
No Senado, Fabiano Contarato (PT-ES) caracterizou a trajetória de Mino como "parte da própria história da imprensa no Brasil". O senador Humberto Costa (PT-PE) afirma que "Mino sempre manteve compromisso inabalável com a verdade e deixou um legado inestimável".
O Partido dos Trabalhadores emitiu nota oficial destacando que "Sua postura em defesa da verdade e a dedicação a um jornalismo justo e livre de amarras são um exemplo a ser seguido" e que "Seu trabalho jornalístico foi, e continuará sendo, uma voz em prol da democracia e dos direitos de todos os cidadãos".
O Instituto Lula compartilhou uma fotografia de um encontro recente entre o presidente e o jornalista, afirmando que seu legado "continuará a inspirar".