Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se reuniram nesta terça-feira (2/9) para um café da manhã, em Belo Horizonte, na Cidade Administrativa, sede do governo estadual. No cardápio, além de pão de queijo, discussões sobre as articulações da direita para as eleições presidenciais de 2026, já que ambos formalizaram que estarão na disputa ao cargo no Planalto. Caiado lançou a pré-candidatura em abril, e Zema no mês passado.
Embora os dois esperem atrair o espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030 e enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o encontro reafirmou que as duas candidaturas serão levadas a cabo, pelo menos durante o primeiro turno. Está descartada a composição de chapa, com um sendo vice do outro. A ideia, conforme já havia dito anteriormente o governador Romeu Zema, é que os candidatos da direita estejam unidos no segundo turno para derrubar a esquerda.
"Ficou bem clara a posição. Nós seremos pré-candidatos até a nossa convenção e homologados candidatos à Presidência da República. Não tem essa tese de uma unidade no primeiro turno", disse o governador de Goiás, na manhã desta terça-feira (2/9), em entrevista exclusiva a O TEMPO. A íntegra será exibida no programa Café com Política, no canal de O TEMPO no YouTube, nesta quarta-feira (3/9), às 9h.
Caiado ressaltou que essa decisão de seguirem em candidaturas separadas acontece, inclusive, para respeitar a trajetória política de cada um, à frente dos governos estaduais. "Primeiro turno não se concentra candidatura. Se coloca as candidaturas possíveis para mostrar a competência para governar o país", comentou.
A O TEMPO, ele também citou que o Brasil teve ter pelo menos quatro pré-candidatos no espectro da direita para a Presidência. "Acredito que será essa a projeção para 2026. E obviamente teremos outros candidatos da esquerda", comentou. Da direita, até então, os principais nomes colocados, além dos governadores de Minas e de Goiás, são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Pela esquerda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem repetido e disse na sexta-feira (29/8) em entrevista exclusiva a O TEMPO, que se estiver com a saúde boa em 2026, será novamente candidato.
Fragmentação
Na avaliação do governador de Goiás, uma divisão de candidaturas no primeiro momento das eleições não fragiliza a direita. "(A candidatura) será fragilizada se você realmente colocar apenas um candidato, porque esse candidato é que vai ser focado pela máquina do governo, que eles não têm escrúpulos nenhum. Eles vão criar fake news, vão criar todo tipo de impasse, vão criar ingovernabilidade nos nossos estados e criar toda uma situação de crise”, afirmou.
'Ratos’
Durante a entrevista, Ronaldo Caiado comentou a recente postagem do vereador Carlos Bolsonaro nas redes sociais chamando de 'ratos' e ‘oportunistas’ os políticos que tentam ocupar o lugar da direita neste momento em que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está em prisão domiciliar. A crítica foi publicada por Carlos em sua conta na rede X (antigo Twitter) e repostada por Eduardo Bolsonaro, um dia depois de Romeu Zema lançar sua pré-candidatura à Presidência, em São Paulo.
Questionado se teria se sentido atingido pela postagem, o governador de Goiás respondeu que ‘de maneira alguma’. “Às vezes, do descontrole que ele está vivendo, essas colocações são feitas, mas com a história política de cada um de nós, a gente tem que responder e mostrar que nós fazemos política com altivez, com espírito público, com conteúdo, com capacidade de debater ou nós não sobreviveríamos na vida pública”, afirmou.