O julgamento do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), e de mais sete réus por uma suposta tentativa de golpe à democracia do país virou música no 31º Grito dos Excluídos, que aconteceu neste domingo, 7 de setembro, na praça Raul Soares, em Belo Horizonte.
“O Bolsonaro vai ganhar uma passagem para sair desse lugar; não é de carro, nem de trem, nem de avião; é algemado num camburão”, entoava uma pessoa de cima do caminhão que conduzia a manifestação. Em poucos minutos de repetição, os manifestantes presentes começaram a cantar junto com a mestre de cerimônias.
O tradicional evento da capital mineira acontece poucos dias após o início do julgamento, em 2 de setembro, e, segundo o organizador Jair Gomes, ter o ex-presidente sentado no banco dos réus trouxe um clima diferente para a manifestação deste ano.
“A questão do julgamento está colocada, a previsão é que vai ser condenado, principalmente aquele chamado grupo dos 8, Bolsonaro mais sete. A gente espera que sim, que seja condenado, para que haja justiça, porque o que ocorreu no Brasil durante esse processo foi algo lastimável para a democracia”, explica Jair.
Segundo ele, o que o Brasil presencia hoje é a continuidade de um golpe que começou em 2016. Isso porque, mesmo com o processo do julgamento em andamento, apoiadores do ex-presidente ainda pedem anistia para ele e para os envolvidos no 8 de janeiro.
“Estamos vendo articulações lá nos Estados Unidos, do Eduardo Bolsonaro, para prejudicar o Brasil. Eles não se preocupam com o país nem com o povo brasileiro, se preocupam em salvar Bolsonaro e salvar a família deles. É tentar aplicar um novo golpe, ou seja, anistia a si mesmos para poder manter o projeto que é deles em detrimento da democracia”, afirma Jair Gomes.
“A gente está lutando de novo pela não-anistia, para buscar manter nossa democracia e dar legitimidade para quem foi eleito. E, se for o caso, em 2026 tem eleições de novo, que venham disputar se puderem”, completa.
31º Grito dos Excluídos de Belo Horizonte
O 31º Grito dos Excluídos reuniu neste 7 de setembro, manifestantes na praça Raul Soares, em Belo Horizonte. Com o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, a manifestação defendeu o serviço público, a soberania nacional e a democracia, além de se posicionar contra a Reforma Administrativa e as privatizações. O evento contou com movimentos sociais, sindicatos, pastorais e coletivos que levantaram bandeiras pela justiça social e pelos direitos do povo brasileiro.