O MDB colocou fim no impasse sobre a direção estadual do partido. Em reunião nesta quarta-feira (12), a Executiva Nacional aprovou a continuidade do deputado federal Newton Cardoso Júnior na presidência do MDB-MG, mas, ficou acordado um rearranjo nos cargos e na composição da Executiva Estadual. A decisão foi confirmada pela direção nacional do partido.

Por meio de nota, a legenda reitera que Newtinho continua na presidência e os demais cargos serão definidos por acordos políticos entre as diferentes alas partidárias, “de forma democrática e plural''.  

Deputados que estiveram na reunião, adiantaram à reportagem que o diretório mineiro terá na 1° vice-presidência o deputado federal, Hercílio Diniz, e o secretário de governo da Prefeitura de Belo Horizonte, Adalclever Lopes, permanecerá no cargo de tesoureiro. Os dois são do grupo de oposição à Newtinho. Além disso, a Executiva Estadual, antes composta de forma majoritária por membros aliados ao atual presidente, terá agora, metade dos membros ligados à ala de oposição. 

“Esse acordo foi um paliativo, porque o Newtinho errou muito, fez intervenções em diretórios municipais, tentou administrar só com a Executiva dele que não tinha nenhum deputado na Executiva. Era o partido do papai, mamãe e filhinho. Agora democratizou, porque vai ser metade dos deputados e metade dele”, avaliou o deputado federal Mauro Lopes, que é do grupo partidário dissidente. O deputado Hercílio Diniz foi procurado para comentar a decisão, mas não atendeu às ligações. 

Newtinho também celebrou a decisão. Segundo ele, em sua gestão sempre buscou a união do partido. “Nenhuma influência externa foi capaz de comprometer essa vontade de união e oportunidade de crescimento. Hoje, com essa decisão, a gente traz segurança jurídica, estabilidade para o partido em Minas Gerais e se torna o partido mais importante para sucessão ano que vem para o governo do Estado”, destaca. 

Questionado sobre possível apoio em 2022, ou se a legenda vai lançar candidatura própria, Newtinho afirma que ainda não há definição, mas que acredita na possibilidade de uma candidatura própria.“O partido não tem nenhum compromisso com ninguém e pode ter candidato ao governo, pode ter candidatura própria”, afirma Newtinho.

Entenda 

O racha interno foi motivado por insatisfação de alguns membros do partido em Minas com a forma como Newtinho comanda a legenda. Como já mostrou O TEMPO, um grupo de deputados emedebistas, sendo sete estaduais e dois federais, enviaram ao presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, uma carta pedindo a intervenção no diretório estadual. 

Assinaram o documento os deputados federais Mauro Lopes e Hercílio Diniz e toda a bancada estadual da legenda: Celise Laviola, Douglas Melo, João Magalhães, Sávio Souza Cruz, Tadeu Leite, Thiago Cota e Leonídio Bouças.

Newtinho também enviou ao diretório nacional uma carta assinada por 57 membros do diretório estadual pedindo a prorrogação do mandato.

Em outra reunião, no dia 28 de abril, a votação pela prorrogação foi adiada e uma comissão formada por membros da ala de Newtinho e membros da ala divergente ficou de entrar em um acordo sobre a questão, o qual foi ratificado nesta quarta-feira.