Na recém-encerrada temporada da FM O TEMPO no Mercado Central, em entrevistas ao Café com Política, pessoas próximas ao governador Romeu Zema (Novo) criticaram a atuação da Cemig.
O vice-governador Mateus Simões (Novo) destacou a dificuldade observada no Noroeste do estado, onde, segundo ele, “não há energia para rodar os pivôs e tudo que a Cemig faz é lento”. Simões ainda questionou a relação entre custo e eficiência dos serviços prestados: “A nossa energia, que é a mais cara do país, não podia ser melhor, fornecida com mais consistência e em maior volume? A questão do gás, que não chegou nem a Pará de Minas direito, não chegou a Governador Valadares, não chegou a Uberlândia. Como eu faço para desenvolver um Estado se eu não tenho nem gás para rodar veículos e indústrias?”.
Já a deputada estadual Lud Falcão (Pode) apontou a Cemig como um impedimento para que o agro mineiro se desenvolva. Ela avalia que Minas seria um pólo mais atrativo de recursos se não fossem os problemas da Companhia.
“Todas as mesas que eu sento e converso, o grande gargalo se chama Cemig. Nós não temos o beneficiamento para que aconteça a valorização dos nossos produtos por falta de Cemig. Nós temos topografia, nós temos recursos hídricos, mão de obra, mas não temos Cemig. Minas Gerais perdeu investimento por falta de Cemig”, afirmou a parlamentar.
Na oposição, o deputado estadual Professor Cleiton (PV), foi categórico ao dizer que a depreciação faz parte de uma estratégia para justificar a posterior privatização da Cemig – desejo manifesto do governador Zema – e listou os passos, que segundo ele, são seguidos com este fim.
“Primeiro desmoralizam e enfraquecem a estrutura da empresa, inclusive deteriorando propositadamente os produtos e serviços. Depois vender barato a participação do estado na empresa, de preferência para empresas que tenham capital para atuarem como futuros financiadores de campanha. Por fim, quando as empresas privadas que compraram a participação do estado se mostrarem incompetentes para administrar a empresa, o estado gasta mais dinheiro financiando a recuperação judicial”, argumentou o parlamentar.
Sobre uma eventual articulação da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para tentar conter esse movimento, Professor Cleiton lembrou a proposta protocolada por ele no início do ano, que prevê a transferência das ações e do controle da Cemig para o governo federal.
O Governo de Minas e o deputado Gil Pereira (PSD) – que preside a Comissão de Minas e Energia e integra a base governista na ALMG –, assim como o deputado Cássio Soares, líder do governo no Legislativo, foram procurados mas não se manifestaram sobre o assunto.